São Paulo, quarta-feira, 05 de setembro de 2007

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Partidos fazem acordo para acelerar processo de Renan

Conselho de Ética vota o pedido de cassação hoje; tendência é de aprovação

Pelo acordo, o caso seguirá em tramitação relâmpago pela CCJ e, na seqüência, irá para a Mesa Diretora, que agendará a votação secreta no plenário

SILVIO NAVARRO
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes dos partidos no Senado costuraram ontem um acordo para acelerar o desfecho do processo de cassação do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A intenção é encerrar o caso, em votação secreta no plenário, na próxima quarta-feira.
O desfecho da primeira das três representações que Renan enfrenta na Casa começa às 10h no Conselho de Ética. A tendência é que seja aprovado, por 10 votos a 5, o relatório pela cassação do mandato assinado por Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS). Caso o parecer seja derrotado, será votado o relatório alternativo, pela absolvição, de autoria de Almeida Lima.
Pelo acordo costurado, o caso seguirá em tramitação relâmpago pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), na parte da tarde, em que será escolhido um relator para dar um parecer se o processo tem ou não problemas de constitucionalidade. Na seqüência, esse parecer será votado pela comissão. O próximo passo será a Mesa Diretora agendar a votação no plenário. Se o processo chegar até o plenário, precisa de no mínimo 41 votos -de 80 possíveis- para ser aprovado.
O acordo para agilizar o término do caso atende a um desejo de Renan e seus aliados, que diagnosticaram uma perda de apoio gradual e diária em sua base na Casa diante da sucessão de denúncias. Além disso, Renan já dá como certa a derrota no Conselho de Ética.
Ao contrário da sessão de hoje no conselho, a votação no plenário será obrigatoriamente secreta. É nesse fator que Renan avalia que conseguirá reverter o quadro pela cassação.
A articulação para que o processo se resolvesse logo começou no sábado quando Renan foi aconselhado pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, a desistir de recorrer à Justiça. Desde então, o presidente do Senado começou movimento para amenizar o clima e trabalhar por votos no plenário.
A idéia de se votar hoje o processo no conselho e na CCJ começou a ser difundida pelos aliados de Renan. "É só o presidente da CCJ convocar a sessão e podemos perfeitamente votar de forma imediata", afirmava Almeida Lima (PMDB-SE), no início da tarde de ontem.
Em seguida, o acordo vingou com o aval da oposição. Pouco antes de fazer seu discurso, Renan conversou por telefone com o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Foi o tucano quem levou ao plenário a proposta de agilizar o processo. "A minha proposta é que esta sangria da instituição não pode continuar", disse Virgílio.
À frente da sessão, Renan submeteu a proposta ao aval dos líderes, que a referendaram. O líder do DEM, José Agripino (RN), comunicou que a idéia também tinha a chancela do presidente da CCJ, Marco Maciel (DEM-PE).
A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), também manifestou apoio. "Todos queremos que este episódio tenha seu desfecho para que o Senado possa ter condições de funcionamento de forma adequada, sem essa tensão permanente que está nos colocando numa situação extremamente delicada."


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