São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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Para FHC, Lula errou ao não ter sido "forte" no mensalão

DA REDAÇÃO

Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, seu sucessor, errou ao não ter sido mais "forte", mais "categórico", ao ver pessoas de seu governo e de seu partido envolvidas no mensalão. Para o tucano, Lula é responsável, na medida em que deixou de dizer "isto é errado".
Foi o que Fernando Henrique afirmou em entrevista feita no dia 25 e que iria ao ar ontem no programa "Hard Talk" (conversa difícil), do canal internacional da rede inglesa BBC.
"Recentemente, ao se referir a um de seus ex-ministros que foi condenado, não condenado mas indiciado pela Procuradoria da República, ele [Lula] disse não acreditar que o ministro tenha tido um envolvimento real no caso", disse, em referência a José Dirceu, ex-Casa Civil e réu, no STF, por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Em setembro, Lula, ao discursar no 3º Congresso do PT, pediu aos militantes que defendam os colegas acusados de crimes na ação do mensalão.
Para o tucano, faltou Lula mostrar "liderança" contra a corrupção. Atitude que ele avalia ter tido quando governou o país, de 1995 a 2002. "Bom, não existe nenhum caso no meu governo de alguém que tenha sido indiciado ou algo parecido que tenha sido protegido por mim."
Em seguida, o entrevistador perguntou sobre Geraldo Brindeiro, procurador-geral da República entre 1995 e 2003, período em que ganhou o apelido da oposição de "engavetador-geral da República", por supostamente arquivar processos contra o governo tucano.
"Deixe-me dizer a você com bastante clareza: no Brasil, o procurador é totalmente independente do Poder Executivo." Mas foi questionado: "Mas ele foi nomeado pelo sr.". "Sim, mas ele era totalmente independente. (...) Eu nunca interferi no processo."

Confronto
FHC foi confrontado outras vezes durante a entrevista, como quando foi perguntado se tinha conseguido mudar o país.
Reconheceu que não mudou a "cultura política" do Brasil, mas frisou: "Eu creio que consegui mudar o país". O entrevistador: "Não tenho tanta certeza assim. O sr. realmente acredita que conseguiu?" Resposta: "Em relação à economia, sem dúvida que sim".
Sobre política externa, disse ser um "crítico do governo Bush" e afirmou que Hugo Chávez não é de esquerda. "Ele é anti. Chávez é anti-Estados Unidos e antiglobalização."


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