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PL cobra dois ministérios de petista
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As bancadas do PL na Câmara e
no Senado se reúnem nesta quinta-feira, em Brasília, para cobrar
do PT uma decisão sobre o espaço
do partido no governo Luiz Inácio
Lula da Silva. O deputado João
Caldas (AL), vice-líder do PL, defende que o partido receba dois
ministérios, três estatais e mais alguns "cargos de relevância" no
governo federal.
"O que queremos é participar
do governo. Quem ganha vai para
o governo. E, para participar, temos que ter cargos", afirma Caldas. Ele antecipou que, na reunião
de quinta, na casa do vice-presidente nacional do PL, deputado
Bispo Rodrigues (RJ), os congressistas vão cobrar "qual será o espaço do partido no governo".
Atuando em outra frente, o presidente nacional do PL, deputado
Valdemar Costa Neto (SP), almoçou ontem em Goiânia com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), em busca de apoio para ampliar a sua bancada de 26
para 50 deputados.
Costa Neto já havia pedido ajuda ao governador eleito da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB).
Em troca, ele se coloca à disposição para ajudar os governadores
no futuro governo Lula.
Para Caldas, teve pouca importância a reunião dos partidos aliados com a cúpula do PT na última
sexta-feira, em São Paulo. "Foi para fazer a foto de final de ano", ironiza. Ele sugere que o PL tenha
um tratamento diferenciado dos
demais aliados. "Existem partidos
e siglas", argumenta.
O deputado alagoano defende
que seja considerada a importância do PL na eleição de Lula. "Se o
PT é a onda vermelha, o PL é o
glóbulo branco do governo. Nós
indicamos o vice e fizemos uma
aliança que foi cantada em prosa e
verso. Vamos procurar ter uma
participação ativa no governo."
Integrante do chamado "baixo
clero" do Congresso, Caldas dá a
receita para Lula conseguir maioria parlamentar. "Ele está negociando com os partidos, institucionalmente. Se ele fizer um contato direto com os congressistas,
consegue mais cem deputados facilmente. Você acha que o PFL, o
PMDB e o PL elegeram quantos
deputados? Zero. Cada um se elegeu sozinho."
E completa: "Se [Lula] negociar
com as cúpulas, vai ficar ilhado e
refém, pelo preço da barganha
dos partidos. Será um Fernando
Henrique de barba".
Caldas afirma que, no governo
FHC, o então ministro Sérgio
Motta (Comunicações), morto
em 1998, fazia a negociação direta
com os congressistas. "Veja se tinha cacique mandando. Sérgio
Motta fazia a ligação direta com o
Congresso. O Fernando Henrique
só fez isso no final do governo.
Quando estava no pau-de-arara,
corria atrás dos deputados."
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