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Brasil tem poucos beatos e santos, afirma teólogo
DA AGÊNCIA FOLHA
"Durante muito tempo pensamos que Deus era brasileiro e
esquecemos de que precisávamos de beatos e santos", diz o
teólogo e ouvidor da PUC-SP
Fernando Altmeyer. Para ele, o
maior país católico do mundo
"tem poucos beatos e santos".
Altmeyer aponta as exigências do processo de beatificação
como uma das razões para a falta de beatos e santos no Brasil.
"É necessário fazer pesquisas
históricas, tradução para o latim, entre outros, e isso é muito
caro para um país pobre."
Segundo o teólogo, com a
beatificação do padre Mariano
de La Mata Aparício, o Brasil já
teve aceitos pelo Vaticanos oito
processos de beatificação e dois
processos de canonização -nenhum dos canonizados, no entanto, nasceu no Brasil.
Altmeyer acha o número baixo. "Só os padres que foram assassinados na luta pela terra
são cerca de 70. Hoje, deveríamos estar com cerca de 2.000 a
3.000 beatos. A França e a Itália têm centenas de beatos e
santos." Cerca de 50 processos
de beatificação de brasileiros
estão em andamento, diz ele.
O presidente da comissão
episcopal para cultura, comunicação e educação da CNBB,
dom Orani João Tempesta, disse que o Brasil não tem "preocupação em ter santos ou beatos", mas afirmou que a beatificação do padre Mariano "pode
despertar o interesse".
Com a beatificação do padre
Mariano, o Brasil ganha chances de realizar a terceira canonização. Em 1988, São Roque
Gonzales, Santo Afonso Rodrigues e São João de Castilho -o
primeiro do Paraguai, os outros, da Espanha- foram canonizados. Em 2002, madre Paulina, da Itália, se tornou santa.
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