São Paulo, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


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PAINEL

Bomba atômica
O tucano Covas (SP) já tem um decreto pronto para ser publicado se a guerra fiscal entre Estados continuar a valer como regra. Só está aguardando o desfecho da manobra do Planalto para matar a reforma tributária de Mussa Demes (PFL).

Terra arrasada
O governador paulista encarregou a equipe de preparar estudos sobre alíquotas que poderiam ser diminuídas a fim de atrair empresas de outros Estados. Se SP entrar para valer na guerra, a base tributária nacional desanda. E FHC sabe que Covas tem audácia para fazê-lo.

Mudar para...
Definido o princípio -haveria um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) federal e outro estadual-, abre-se agora uma outra frente de batalha na reforma tributária: quais o impostos que vão compor o tributo federal. A União quer manter impostos como Cofins e CPMF.

...ficar como está
O projeto da comissão de reforma tributária acabava com os chamados impostos cumulativos do tipo Cofins e CPMF. Mas o governo já fala em mantê-los, ao lado do IVA federal. "Não faz sentido", condena Germano Rigotto (PMDB-RS), presidente da comissão.

Jogo alto
A cúpula do PMDB deu retaguarda a Michel Temer no enfrentamento com o Planalto para tocar a reforma tributária. O deputado paulista está no cálculo dos caciques para ser candidato a senador (mais provável), a governador de SP ou a vice numa chapa presidencial.

Volta às origens
Luiz Estevão (PMDB) procura advogados do Rio e de São Paulo para defendê-lo no STF, caso o processo por desvio de verbas da obra do TRT-SP vá adiante. O mais cotado é um advogado que defendeu Collor.

Briga garantida
Marta Suplicy (PT) estuda ter mais de um marketeiro na campanha à Prefeitura de SP.

Pista certa
O desespero da CPI do Narcotráfico por fatos novos quase provoca uma situação, no mínimo, ridícula. A comissão pretendia convocar uma testemunha que se dizia do grupo do traficante Fernandinho Beira-Mar, mas contra quem há interdição por insanidade mental.

Pura maldade
Brincadeira que corre na CPI do Narcotráfico, em Brasília: chamado para fazer a exumação de Joana D'Arc, o legista Badan Palhares concluiu rapidamente que ela morreu afogada.

No reino de ACM
A Justiça Eleitoral da Bahia diploma, na terça, o novo prefeito de Várzea da Roça, Manoel Sales (PSDB). Após três anos, os magistrados baianos concluíram que houve um erro na contagem de votos da última eleição, em 96. Durante três anos, o PFL mandou na prefeitura.

Ficaram assustados
Apresentados a Ciro Gomes, que não conheciam bem, parlamentares do PPS concluíram que é bom mesmo o presidenciável submergir por um tempo. À solta, está incontrolável. Uma metralhadora giratória que diz que "campanha de alto nível só interessa a picareta".

Abrindo um flanco
Ao defender que Lula (PT) deveria ter seguido Collor e baixado o nível, na campanha de 89, Ciro validou os métodos do ex-presidente, avaliam membros do PPS. Depois não gosta quando é chamado de "novo Collor" pelos adversários.

Emboscada no cerrado
O tucano José Roberto Arruda (DF) está sob fogo cruzado. Dos bingos, que quer extinguir. Das fábricas de armas, cuja venda pretende proibir. E, grosso calibre, da CBF, por tentar manter o Gama na 1ª divisão do Campeonato Brasileiro.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO

Do senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-PE), sobre o veto do Senado à indicação de Teresa Grossi para a diretoria de Fiscalização do Banco Central:
- É um absurdo. No caso da Encol, foram punidos funcionários de segundo escalão do Banco do Brasil, mas a decisão de dar dinheiro à construtora veio de cima. A Teresa Grossi cumpria ordens superiores ao participar do socorro aos bancos Marka e FonteCindam.

CONTRAPONTO

Contos do Supremo


O ministro Marco Aurélio de Mello (STF) participou recentemente de um congresso em Recife. Contou o seguinte caso policial, dizendo que tinha ocorrido em uma grande metrópole.
Ao investigar um homicídio, um delegado descobriu uma testemunha e conseguiu convencê-la a apontar o assassino.
Com um mandado de prisão, foi à casa do criminoso. Lá, deparou-se com um problema grave: o assassino tinha um irmão gêmeo, e a testemunha não conseguia mostrar o culpado.
Na dúvida, o delegado prendeu os dois. Um mês depois, ainda sem saber quem era o responsável, foi à carceragem e percebeu que um deles havia engordado 15 quilos. O outro mantinha o seu peso. O delegado soltou o gordo e indiciou o irmão.
Nessa hora, Mello disse:
- Como o delegado descobriu? Consultou livros de direito? Recorreu à medicina legal?
Com todos mudos, Mello respondeu, provocando risadas:
- Fácil! O que não mata engorda!


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