São Paulo, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


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Fundador afirmava ser santo

da enviada especial ao Alto Solimões

José Francisco da Cruz, o irmão José, fundador da Ordem da Santa Cruz, deixou carta onde diz ter tido uma ""visão celestial divina", aos 21 anos, para seguir pelo mundo divulgando o evangelho.
""Em 1951, dei início à minha missão. Em 62, enfrentei o mundo e a própria morte. Dormi no chão puro por sete anos e carreguei um cinto com pregos na cintura por 17 anos. Tenho 45 enfermidades e 28 cicatrizes no meu corpo....", relata na carta.
Antes de chegar ao Alto Solimões (região do Amazonas formada por sete municípios, na fronteira com o Peru e a Colômbia), irmão José montou uma base em Iquitos, no Peru. Acompanhado de seguidores peruanos, sobretudo de índios, entrou no Brasil pelo rio Solimões, em 1972, acompanhado por uma verdadeira esquadra.
Irmão José previa o fim do mundo e dizia que só quem estivesse ao lado da cruz se salvaria.
Apesar de pequeno e frágil, era uma figura carismática. Os índios acreditam que ele era capaz de derrubar uma árvore só com as mãos e que era santo.
Irmão José foi preso na cidade de Tabatinga, na década de 70, o que reforçou o mito de que fazia milagres. Ao ser solto, ele espalhou que sete soldados, juntos, não conseguiram arrancar a Bíblia de suas mãos.
A seita continua apregoando que o fim do mundo é iminente e que só os seguidores da cruz se salvarão.








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