MARCIO AITH
DE WASHINGTON

A Casa Branca reconhece que a ameaça terrorista não é tão forte na América do Sul quanto em outras regiões do mundo. No entanto, o presidente George W. Bush quer conversar sobre o assunto com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e espera "toda a cooperação do Brasil" na guerra contra o terror internacional.
É o que disse ontem o porta-voz da Casa Branca, Ary Fleischer. "Quando ele (o presidente Bush) falou com o presidente eleito do Brasil (no telefonema de congratulação pela vitória nas eleições, disse que aguardava ansiosamente trabalhar com ele (Lula) numa variedade de assuntos, especialmente comércio e questões regionais daquela natureza, que são as que predominam no nosso relacionamento com o Brasil", afirmou o porta-voz durante a sua entrevista diária.
"Esperamos trabalhar com ele em todo tipo de questão, inclusive a guerra contra o terrorismo", disse Fleischer.
Indagado sobre o papel que Bush espera de Lula no combate ao terrorismo, Fleischer disse: "Terrorismo é uma preocupação global e é claro que vamos discutir isso com o Brasil".
"Felizmente, o foco dessa guerra não é tão pronunciado naquela região do globo (América do Sul) quanto em outras áreas. No entanto, aguardamos ansiosamente por toda a cooperação do Brasil, tanto em termos de questões de segurança quanto em comércio e outros assuntos econômicos", afirmou o porta-voz da Casa Branca.

Agenda aberta
Bush recebe Lula na Casa Branca na terça-feira. A agenda da conversa entre os dois líderes é aberta, mas as duas equipes já negociaram, nas últimas três semanas, os temas que serão abordados no encontro e que conduzirão o diálogo entre eles.
Segundo o secretário de Estado americano, Colin Powell, Bush está "muito ansioso para ver o presidente Lula e congratulá-lo" pela sua vitória eleitoral.
"Francamente, (estamos ansiosos) para ouvir os planos que ele tem para melhorar a situação econômica de seu país", afirmou anteontem secretário.
"Quisemos que ele visitasse os EUA logo e conhecesse o presidente (Bush), como uma expressão do nosso interesse no Brasil como um país importante na nossa região, uma grande economia que precisa de ajuda, e nós queremos ver como podemos ser mais úteis", afirmou.
A declaração de Powell foi feita a jornalistas a bordo do avião que levou o secretário à Colômbia - país que vive uma guerra civil recebe ajuda financeira e militar dos EUA para combatê-la.


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