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São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2003

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Texto defende reformulação do papel da ONU

Leia a íntegra do comunicado conjunto Brasil-Síria divulgado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Síria:
 
"A convite do presidente Bashar al Assad e senhora, o presidente do Brasil, senhor Luiz Inácio Lula da Silva, e senhora visitaram oficialmente a República Árabe da Síria de 3 a 4 de dezembro de 2003. Trata-se da primeira visita de um chefe de Estado brasileiro à região desde a última visita, de caráter científico, do imperador Pedro 2º, em 1876.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva veio acompanhado do chanceler Celso Amorim, de outras altas autoridades e de uma delegação de empresários.
Como expressão da prioridade acordada pela diplomacia brasileira às relações com o mundo árabe, o presidente do Brasil está realizando uma visita a cinco países árabes, começando pela Síria, país com o qual o Brasil mantém historicamente estreitos laços, em virtude da numerosa e importante comunidade de origem síria, de mais de 2 milhões de pessoas, que muito contribuiu para o desenvolvimento econômico, social e cultural do Brasil. Os dois presidentes enfatizaram, ao final de seus encontros, a sua coincidência de pontos de vista sobre os principais temas de política internacional. Também enfatizaram seu respeito pela soberania dos países e a prioridade do direito internacional, bem como o papel das Nações Unidas na promoção da paz e da cooperação internacional.
Os dois presidentes sublinharam a urgência em se alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura no Oriente Médio, baseada nas resoluções pertinentes do Conselho de Segurança, do princípio da terra pela paz, e da iniciativa de paz árabe. O lado brasileiro expressou seu reconhecimento do papel essencial da Síria para se alcançar a paz e estabilidade na região.
Os dois presidentes examinaram o papel atual das Nações Unidas e ressaltaram a necessidade de apoiá-la e de promover a reforma de seus mecanismos, incluída a expansão do Conselho de Segurança, incorporando um número de países do Sul como membros permanentes.
Quanto à deterioração da situação do Iraque, os dois presidentes enfatizaram a necessidade de dar passos acelerados com vistas à transferência do poder para o povo iraquiano, pôr fim à ocupação e conceder às Nações Unidas um papel fundamental para que o povo iraquiano possa exercer sua soberania, escolher seu próprio governo e garantir a integridade de seu território.
Os dois presidentes ressaltaram que a realização da Cúpula de Chefes de Estado da América do Sul e de países árabes propiciará uma oportunidade de aproximação entre essas duas importantes regiões do mundo e de promover a coordenação de suas posições em foros internacionais e regionais no âmbito político, econômico e social. Consideraram, ainda, que os problemas que o mundo tem enfrentado, especialmente nos países em desenvolvimento, constituem importante elemento da agenda de trabalhos dos governos e organizações internacionais, uma vez que o desenvolvimento está estreitamente ligado a questões referentes à segurança alimentar e social, à criação de empregos em número suficiente para alcançar o aumento da renda e à justiça para todos. Os dois presidentes salientaram, ainda, que a cooperação internacional e o desenvolvimento de parcerias internacionais visando a reduzir a pobreza e as disparidades no mundo são de suma importância para que os governos possam atingir esses objetivos. Nesse contexto, os dois presidentes enfatizaram a necessidade de uma ação para ampliar as áreas de cooperação. Também concordaram em intercambiar experiências entre o Brasil e a Síria em prol do aumento do bem-estar e do combate à pobreza e às enfermidades. Nesse contexto, sublinharam a importância do esforço internacional para combater a fome onde ela exista.
Os dois presidentes concordaram que o volume do intercâmbio comercial não corresponde ao potencial de ambos os países e que seus governos deveriam envidar todos os esforços possíveis para reverter essa situação. Assim, afirmaram a necessidade de desenvolver e reforçar as suas relações bilaterais. Nesse sentido, expressaram sua convicção de que os atos assinados durante a visita, nas áreas de cooperação técnica, econômica, cultural, educacional, de esportes e de turismo, bem como a formação de um Comitê Conjunto e de Conselho Empresarial, constituem a base para elevar o nível das relações entre os dois países. Consideram, ainda, que o encontro de empresários sírios e brasileiros realizado em Damasco abrirá as portas para o melhoramento do comércio bilateral e dos projetos e investimentos conjuntos.
O presidente do Brasil visitou a mesquita dos Omaiades e o Palácio Azem e expressou agradecimentos ao presidente Bashar al Assad e ao povo sírio por sua hospitalidade.
O presidente do Brasil dirigiu convite ao presidente Bashar al Assad e senhora para que visitem o Brasil. O convite foi aceito e a data para sua realização será determinada por via diplomática".


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