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Texto defende reformulação do papel da ONU
Leia a íntegra do comunicado
conjunto Brasil-Síria divulgado
durante a visita do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva à Síria:
"A convite do presidente Bashar al Assad
e senhora, o presidente do Brasil, senhor
Luiz Inácio Lula da Silva, e senhora visitaram oficialmente a República Árabe da Síria
de 3 a 4 de dezembro de 2003. Trata-se da
primeira visita de um chefe de Estado brasileiro à região desde a última visita, de caráter
científico, do imperador Pedro 2º, em 1876.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
veio acompanhado do chanceler Celso
Amorim, de outras altas autoridades e de
uma delegação de empresários.
Como expressão da prioridade acordada
pela diplomacia brasileira às relações com o
mundo árabe, o presidente do Brasil está
realizando uma visita a cinco países árabes,
começando pela Síria, país com o qual o
Brasil mantém historicamente estreitos laços, em virtude da numerosa e importante
comunidade de origem síria, de mais de 2
milhões de pessoas, que muito contribuiu
para o desenvolvimento econômico, social e
cultural do Brasil. Os dois presidentes enfatizaram, ao final de seus encontros, a sua
coincidência de pontos de vista sobre os
principais temas de política internacional.
Também enfatizaram seu respeito pela soberania dos países e a prioridade do direito
internacional, bem como o papel das Nações Unidas na promoção da paz e da cooperação internacional.
Os dois presidentes sublinharam a urgência em se alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura no Oriente Médio, baseada
nas resoluções pertinentes do Conselho de
Segurança, do princípio da terra pela paz, e
da iniciativa de paz árabe. O lado brasileiro
expressou seu reconhecimento do papel essencial da Síria para se alcançar a paz e estabilidade na região.
Os dois presidentes examinaram o papel
atual das Nações Unidas e ressaltaram a necessidade de apoiá-la e de promover a reforma de seus mecanismos, incluída a expansão do Conselho de Segurança, incorporando um número de países do Sul como membros permanentes.
Quanto à deterioração da situação do Iraque, os dois presidentes enfatizaram a necessidade de dar passos acelerados com vistas à transferência do poder para o povo iraquiano, pôr fim à ocupação e conceder às
Nações Unidas um papel fundamental para
que o povo iraquiano possa exercer sua soberania, escolher seu próprio governo e garantir a integridade de seu território.
Os dois presidentes ressaltaram que a realização da Cúpula de Chefes de Estado da
América do Sul e de países árabes propiciará
uma oportunidade de aproximação entre
essas duas importantes regiões do mundo e
de promover a coordenação de suas posições em foros internacionais e regionais no
âmbito político, econômico e social. Consideraram, ainda, que os problemas que o
mundo tem enfrentado, especialmente nos
países em desenvolvimento, constituem importante elemento da agenda de trabalhos
dos governos e organizações internacionais,
uma vez que o desenvolvimento está estreitamente ligado a questões referentes à segurança alimentar e social, à criação de empregos em número suficiente para alcançar o
aumento da renda e à justiça para todos. Os
dois presidentes salientaram, ainda, que a
cooperação internacional e o desenvolvimento de parcerias internacionais visando a
reduzir a pobreza e as disparidades no mundo são de suma importância para que os governos possam atingir esses objetivos. Nesse
contexto, os dois presidentes enfatizaram a
necessidade de uma ação para ampliar as
áreas de cooperação. Também concordaram em intercambiar experiências entre o
Brasil e a Síria em prol do aumento do bem-estar e do combate à pobreza e às enfermidades. Nesse contexto, sublinharam a importância do esforço internacional para
combater a fome onde ela exista.
Os dois presidentes concordaram que o
volume do intercâmbio comercial não corresponde ao potencial de ambos os países e
que seus governos deveriam envidar todos
os esforços possíveis para reverter essa situação. Assim, afirmaram a necessidade de
desenvolver e reforçar as suas relações bilaterais. Nesse sentido, expressaram sua convicção de que os atos assinados durante a visita, nas áreas de cooperação técnica, econômica, cultural, educacional, de esportes e de
turismo, bem como a formação de um Comitê Conjunto e de Conselho Empresarial,
constituem a base para elevar o nível das relações entre os dois países. Consideram, ainda, que o encontro de empresários sírios e
brasileiros realizado em Damasco abrirá as
portas para o melhoramento do comércio
bilateral e dos projetos e investimentos conjuntos.
O presidente do Brasil visitou a mesquita
dos Omaiades e o Palácio Azem e expressou
agradecimentos ao presidente Bashar al Assad e ao povo sírio por sua hospitalidade.
O presidente do Brasil dirigiu convite ao
presidente Bashar al Assad e senhora para
que visitem o Brasil. O convite foi aceito e a
data para sua realização será determinada
por via diplomática".
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