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Governador pode deixar PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador Flamarion Portela admitiu ontem a possibilidade
de deixar o PT. Pressionado pela
ala radical petista, que pede sua
expulsão, ele respondeu que a decisão sobre sua saída cabe ao partido, não a ele. "Se o partido, na
sua grande maioria, não me quiser, não vou ter outra alternativa a
não ser sair."
Mesmo assim, Portela afirmou
que não se sente isolado na legenda hoje. "Não quero criar transtorno, não quero criar problemas
para o PT", disse.
Ontem, o presidente do PT, José
Genoino, ouviu um relato de duas
horas sobre as medidas que Flamarion diz ter tomado para acabar com o problema dos fantasmas na folha salarial. O relato será
transmitido aos militantes.
Portela aproveitou o último dia
da estada em Brasília para pedir
verbas aos ministérios da Saúde e
da Justiça. A Polícia Federal e o
Ministério Público investigam
desvios de recursos dessas duas
pastas no Estado.
"Como governador, tenho obrigação de pedir. É meu dever lutar
pelos recursos para o Estado", argumentou Flamarion ontem.
A PF investiga em Roraima o
chamado "esquema dos gafanhotos", em que funcionários fantasmas foram cadastrados na folha
salarial do Estado. O salário deles
era sacado por procuradores e repassado a políticos e empresários
locais.
A folha do Estado era administrada pela NSAP (Norte Serviços
de Arrecadação e Pagamento).
A Controladoria Geral da União
reuniu indícios de que parte do
dinheiro da conta era proveniente
de convênios firmados pelo Estado com a União.
(IURI DANTAS)
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