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São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2003

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NO AR

Adeus, ano velho

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Uma ou outra manchete, declarações de dois empresários, um duvidoso cartaz de empregos em alguma obra -e foi tudo o que Duda Mendonça conseguiu de positivo para o ano velho.
Lula e o PT relançaram a esperança, no programa de ontem em cadeia nacional, mas só para o Ano Novo.
Nem o mágico marqueteiro malufista conseguiu limpar a imagem de 2003, o primeiro ano dos sonhos petistas.
O presidente, ao fechar o programa, disse estremecer ao olhar para o passado, mas garantiu que fica feliz ao vislumbrar os próximos três anos.
Denuncia saber que seus primeiros passos, com a proximidade do crescimento zero ou quase, foram embaraçosos.
Então, sorri para o futuro. Antonio Palocci, também. Duda, em seus clipes emocionantes, também. E José Dirceu, José Genoino, João Paulo.
Marta Suplicy chegou a dar sua administração em São Paulo como exemplo de que demora mesmo para engrenar. E o programa terminou entre fogos de artifício com a frase:
- 2004. Feliz ano, novo Brasil.
Porque no ano velho, 2003, foi o velho Brasil.
 
Reaparece o caso Celso Daniel -e vão chamar José Genoino. Expulsão dos radicais, Genoino. "Gafanhotos", Genoino.
Ele foi para o segundo turno em São Paulo quando ninguém esperava, em derrota histórica do malufismo. Podia ganhar um ministério, já que eram tantos. Foi presidir o PT.
E assim, dia após dia, vai à TV responder à fúria de petistas que não entendem ou não aceitam ou se revoltam. Agora reagiu ao afastamento do governador de Roraima.
Chamou o pedido de factóide, seus signatários de oportunistas. Disse que Ivan Valente, que lidera o pedido, agiu de forma oposta quando uma colega de tendência foi acusada.
Valente reclamou que Genoino "desceu o nível". Não é novidade. Aos radicais, ao caso Daniel, a tudo Genoino responde com verbo carregado.
Segura a onda com a força de seu passado, com sua imagem pública -que a cada confronto perde algo do viço.
Em algum momento, ele vai entregar a fatura.
 
- Fizeram um espetáculo.
Era uma promotora, na Record, descrevendo a "farsa" -expressão de Boris Casoy- que foi o célebre morticínio de 12 criminosos por policiais, num pedágio, em 2002.
Não somam 111, mas as mortes estão nas mãos do governador Geraldo Alckmin, ele que tanto louvou a "batalha", denunciada afinal como massacre.


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