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NO AR
Adeus, ano velho
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Uma ou outra manchete, declarações de dois
empresários, um duvidoso cartaz de empregos em alguma obra
-e foi tudo o que Duda Mendonça conseguiu de positivo para o ano velho.
Lula e o PT relançaram a esperança, no programa de ontem
em cadeia nacional, mas só para
o Ano Novo.
Nem o mágico marqueteiro
malufista conseguiu limpar a
imagem de 2003, o primeiro ano
dos sonhos petistas.
O presidente, ao fechar o programa, disse estremecer ao olhar
para o passado, mas garantiu
que fica feliz ao vislumbrar os
próximos três anos.
Denuncia saber que seus primeiros passos, com a proximidade do crescimento zero ou quase,
foram embaraçosos.
Então, sorri para o futuro. Antonio Palocci, também. Duda,
em seus clipes emocionantes,
também. E José Dirceu, José Genoino, João Paulo.
Marta Suplicy chegou a dar
sua administração em São Paulo
como exemplo de que demora
mesmo para engrenar. E o programa terminou entre fogos de
artifício com a frase:
- 2004. Feliz ano, novo Brasil.
Porque no ano velho, 2003, foi
o velho Brasil.
Reaparece o caso Celso Daniel
-e vão chamar José Genoino.
Expulsão dos radicais, Genoino.
"Gafanhotos", Genoino.
Ele foi para o segundo turno
em São Paulo quando ninguém
esperava, em derrota histórica
do malufismo. Podia ganhar um
ministério, já que eram tantos.
Foi presidir o PT.
E assim, dia após dia, vai à TV
responder à fúria de petistas que
não entendem ou não aceitam
ou se revoltam. Agora reagiu ao
afastamento do governador de
Roraima.
Chamou o pedido de factóide,
seus signatários de oportunistas.
Disse que Ivan Valente, que lidera o pedido, agiu de forma oposta quando uma colega de tendência foi acusada.
Valente reclamou que Genoino
"desceu o nível". Não é novidade. Aos radicais, ao caso Daniel,
a tudo Genoino responde com
verbo carregado.
Segura a onda com a força de
seu passado, com sua imagem
pública -que a cada confronto
perde algo do viço.
Em algum momento, ele vai
entregar a fatura.
- Fizeram um espetáculo.
Era uma promotora, na Record, descrevendo a "farsa"
-expressão de Boris Casoy-
que foi o célebre morticínio de 12
criminosos por policiais, num pedágio, em 2002.
Não somam 111, mas as mortes
estão nas mãos do governador
Geraldo Alckmin, ele que tanto
louvou a "batalha", denunciada
afinal como massacre.
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