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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Geral e irrestrita
O questionamento do TSE sobre os R$ 2,2 mi doados à campanha de Lula por empresas do grupo Caemi provocou uma chuva de consultas ao tribunal. Tudo porque a holding -em tese impedida de fazer doações por deter concessão de serviço público- desembolsou pelo menos R$ 12,9 mi este ano, com beneficiários que vão dos governadores eleitos Jaques Wagner (PT-BA) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) a deputados
como Ciro Gomes (PSB-CE), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE). A MBR, mineradora
do grupo que contribuiu com o comitê reeleitoral,
doou outros R$ 900 mil a candidatos à Câmara, entre
eles os oposicionistas José Carlos Aleluia (PFL-BA) e
Jutahy Júnior (PSDB-BA). Toda essa turma torcerá
pela aprovação das contas de Lula, para que as suas
próprias não sejam questionadas pelo TSE.
Calendário. O julgamento
das contas de Lula inicialmente marcado para hoje
deve ser adiado a pedido do
relator, Gerardo Grossi. Ele
quer mais tempo para analisar o material. No TSE, calcula-se que, se a votação ocorrer
até amanhã, haverá tempo
hábil para que o presidente
seja diplomado no dia 14.
Troco. Acusado de arrecadar
R$ 5 mi para fazer dobradinha
com deputados do PT e de outros partidos, o líder de votação petista em Minas, Juvenil
Alves, declarou ao TRE haver
doado apenas R$ 3.000 ao
candidato a governador de
sua sigla, Nilmário Miranda.
Expediente. Formalmente
afastado do comando do PT,
Ricardo Berzoini despachava
ontem na sala destinada ao
presidente na sede da sigla,
em Brasília. Chegou com sua
pasta e se instalou na antiga
mesa, sem cerimônia.
Quero o meu 1. Fechou
o tempo na reunião da Executiva do PT-SP ontem. O líder
do partido na Assembléia,
Enio Tatto, acusou Paulo Frateschi de não ter distribuído
adequadamente entre correligionários os cargos do governo federal no Estado no primeiro mandato de Lula. "Foi
tudo muito mal conduzido."
Quero o meu 2. Decidiu-se, então, criar comissão
para levantar, em dez dias, todos os cargos disponíveis em
SP. Frateschi, que preside o
partido no Estado, encerrou a
reunião decretando: "Se resolvam com o Planalto".
Mal menor. Deputados do
PP que conhecem bem José
Janene desconfiam da vocação do mensaleiro para "homem-bomba", alardeada
sempre que se aproxima a votação de sua degola. "Ele prefere ser cassado a ser preso",
analisa um correligionário.
Sem volta. Líderes partidários acham que a votação da
perda de mandato de Janene,
amanhã, será um teste para
Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Diante da suspeita generalizada de "acordão", se não levar o pedido a plenário o presidente da Casa ficará fragilizado para postular a reeleição.
Meu querido 1. Para esvaziar a candidatura de José
Agripino (PFL-RN) à presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) trata de
adular tucanos com os quais
já se bicou. Na semana passada, rasgou elogios a Tasso Jereissati (CE), a quem no passado chamou de "traço".
Meu querido 2. A agenda
pró-tucana de Renan incluiu
uma forcinha para aprovar
dois projetos de Álvaro Dias
(PR): um que beneficia Foz do
Iguaçu e outro que facilita a
punição para advogados ligados ao crime organizado.
Qualquer negócio. Em
campanha para continuar ministro da Fazenda, Guido
Mantega tomou uma iniciativa inédita: ofereceu-se para
fazer balanço da economia no
plenário do Senado. A sabatina será no próximo dia 20.
Visita à Folha. Gilberto
Kassab, prefeito de São Paulo,
e Rodrigo Maia (RJ), líder do
PFL na Câmara dos Deputados, visitaram ontem a Folha,
a convite do jornal, onde foram recebidos em almoço.
Tiroteio
"O Planalto articula um governo de coalizão.
Já a Câmara caminha em rota de colisão".
Do vice-líder do governo BETO ALBUQUERQUE, que é do PSB, partido
favorável à reeleição de Aldo Rebelo (PC do B), sobre a disposição do PT
e do PMDB para disputar a presidência da Câmara.
Contraponto
Me poupe
Em sessão da Comissão de Sistematização da Assembléia Constituinte (1987-1988), José Genoino, especialista
em travar a pauta quando a matéria não interessava ao
PT, tentava a todo custo colocar seus dotes em prática
durante o debate sobre o conceito de "empresa nacional".
Diante da ginástica verbal empreendida pelo petista, o
presidente da comissão, Afonso Arinos (PMDB), perdeu a
paciência e interveio:
-Deputado, não me venha com filigranas aracnídeas!
O plenário caiu na gargalhada diante do eufemismo inventado pelo decano para o famoso "papo-aranha".
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