São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2006

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Câmara vota cassação de Janene amanhã

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um ano e 49 dias depois de começar a ser investigado pela Câmara dos Deputados, o deputado José Janene (PR), ex-líder da bancada do PP, deve ser julgado amanhã pelo plenário da Casa. Acusado de ter participado do mensalão, ele teve a cassação recomendada pelo Conselho de Ética em junho deste ano. Mas só terá o mandato cassado se pelo menos 257 dos 513 deputados aprovarem o parecer, em votação secreta.
Janene é o último da lista de 19 parlamentares envolvidos no escândalo a passar pelo crivo da Casa. Destes, quatro renunciaram e três foram cassados.
Janene não presenciará a sessão -ele alega não ter condições físicas. O deputado sofre de uma cardiopatia grave que o levou a se licenciar do mandato.
Desde 29 de setembro, auge da CPI dos Correios, tirou licenças praticamente consecutivas e o julgamento foi protelado.
Ele chegou a pleitear uma aposentadoria por invalidez, mas não foi atendido. Apontado como beneficiário de R$ 4,1 milhões do "valerioduto", ele admitiu apenas ter intermediado o repasse de R$ 700 mil para pagar honorários do advogado que à época defendia um ex-deputado da sigla, Ronivon Santiago (AC).
O relator do processo no conselho, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), considerou que o recebimento dos R$ 700 mil justificaria a cassação. "Espero que ele seja cassado. Se as pessoas agirem com senso de justiça vão perceber que é justo que ele pague pela sua falta", afirmou.
Deputado de três legislaturas, Janene tinha bom trânsito em siglas como o PTB, o PL e o PT.
Ele não disputou um novo mandato. A Folha tentou falar com o deputado ontem mas, segundo sua assessoria, ele não atenderia à imprensa.


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