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Câmara vota cassação de Janene amanhã
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um ano e 49 dias depois
de começar a ser investigado pela Câmara dos Deputados, o deputado José
Janene (PR), ex-líder da
bancada do PP, deve ser
julgado amanhã pelo plenário da Casa. Acusado de
ter participado do mensalão, ele teve a cassação recomendada pelo Conselho
de Ética em junho deste
ano. Mas só terá o mandato cassado se pelo menos
257 dos 513 deputados
aprovarem o parecer, em
votação secreta.
Janene é o último da lista de 19 parlamentares envolvidos no escândalo a
passar pelo crivo da Casa.
Destes, quatro renunciaram e três foram cassados.
Janene não presenciará
a sessão -ele alega não ter
condições físicas. O deputado sofre de uma cardiopatia grave que o levou a se
licenciar do mandato.
Desde 29 de setembro,
auge da CPI dos Correios,
tirou licenças praticamente consecutivas e o julgamento foi protelado.
Ele chegou a pleitear
uma aposentadoria por invalidez, mas não foi atendido. Apontado como beneficiário de R$ 4,1 milhões do "valerioduto", ele
admitiu apenas ter intermediado o repasse de R$
700 mil para pagar honorários do advogado que à
época defendia um ex-deputado da sigla, Ronivon
Santiago (AC).
O relator do processo no
conselho, deputado Jairo
Carneiro (PFL-BA), considerou que o recebimento
dos R$ 700 mil justificaria
a cassação. "Espero que
ele seja cassado. Se as pessoas agirem com senso de
justiça vão perceber que é
justo que ele pague pela
sua falta", afirmou.
Deputado de três legislaturas, Janene tinha bom
trânsito em siglas como o
PTB, o PL e o PT.
Ele não disputou um novo mandato. A Folha tentou falar com o deputado
ontem mas, segundo sua
assessoria, ele não atenderia à imprensa.
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