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Bastos teme desequilíbrio das contas públicas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, criticou ontem a decisão do CNMP (Conselho Nacional do Ministério
Público) de liberar o pagamento a promotores e procuradores
de Justiça de salários acima do
subteto determinado aos Estados, de R$ 22.111. O CNMP é
responsável pelo controle externo do Ministério Público.
Márcio Thomaz Bastos afirmou que há risco de efeito cascata na administração pública
e, conseqüentemente, ocorrer
um desequilíbrio nas contas
públicas com a decisão.
O receio do governo é que a
pressão por aumentos salariais
faça surgir outras decisões a favor do pagamento de salários
acima do limite previsto na
Constituição -de R$ 22.111 para os Estados e de R$ 24.500
para a União.
De acordo com o ministro,
caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal) dar a palavra final sobre se os servidores têm
ou não o direito de preservar
supersalários.
Com este argumento, Thomaz Bastos colocou em dúvida
a legitimidade do CNMP e também do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de decidir sobre
essa questão.
O ministro declarou também
que é preciso "ter um cuidado
muito grande com as contas
públicas", para "evitar a cascata
que se faz por meio da isonomia, em que você dá um aumento, depois ter que dar outro, outro e mais outro".
"Num país democrático,
existe o sistema de freios e contrapesos, ou seja, um Poder
controla o outro, preserva o outro de abusos, de dificuldades, e
corrige os erros que o outro
eventualmente tenha cometido", afirmou Bastos, após homenagem que recebeu de secretários de Justiça dos Estados. E concluiu: "Nesse caso, o
STF vai dar a última palavra".
Na semana passada, Márcio
Thomaz Bastos havia destacado a responsabilidade dos ministros do Supremo de arbitrarem sobre a remuneração de
desembargadores, ao comentar
a reação deles contra o corte salarial determinado pelo Conselho Nacional de Justiça.
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