|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Berzoini busca acordo para evitar 2º turno
Presidente do PT procurou adversário Jilmar Tatto com proposta de recriar Campo Majoritário pela "união" da sigla
Com quase 100% dos votos apurados, Berzoini somava 43,75% contra 20,51% de Tatto; segundo turno está marcado para ser no dia 16
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
CONRADO CORSALETTE
DO PAINEL
O grupo do presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini,
candidato à reeleição, procurou
ontem o adversário Jilmar Tatto em busca de um acordo que
evite o segundo turno do processo eleitoral, marcado para
acontecer no próximo dia 16, e
recrie o antigo Campo Majoritário do partido.
Com quase 100% da apuração concluída até as 21h de ontem (317,4 mil votos apurados
de um total estimado em cerca
de 320 mil), Berzoini liderava
com 43,75% do válidos, contra
20,51% de Tatto e 18,93% de
José Eduardo Cardozo. Valter
Pomar somava 11,43%.
Cientes desse cenário, segundo a Folha apurou, emissários de Berzoini, representante
da CNB (Construindo um Novo Brasil), a corrente majoritária no partido, procuraram Jilmar Tatto, da corrente PT de
Lutas e de Massas, ontem mesmo em busca de um acordo
que evitasse a realização de
um outro turno.
A CNB, antigo Campo Majoritário, se associou na empreitada a uma parte da corrente
Novo Rumo, apoiadora de
Tatto. A idéia é que Tatto retire
sua candidatura "pela união"
do PT e em defesa de Lula. Em
troca, seu grupo ganharia mais
espaço na máquina do governo.
Articulam o acordo parlamentares como Cândido Vaccarezza e José Mentor (Novo
Rumo) e o grupo do deputado
federal João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara e integrante da chapa de Berzoini.
Com a estratégia, a CNB espera não depender dos votos da
Mensagem ao Partido, grupo
de Cardozo e do ministro Tarso
Genro, adversários ferrenhos
de Berzoini, no segundo turno.
Não quer ouvir
Um eventual acordo daria
70% de força aos petistas envolvidos e criaria um novo
Campo Majoritário, ala que dominou o PT com mão-de-ferro
até a explosão do mensalão, em
2005. Vale lembrar que Berzoini já foi integrante do PT de Lutas e de Massas.
Tatto, no entanto, diz que
não quer ouvir falar do assunto,
mas não descarta um acordo de
cavalheiros para que o segundo
turno seja "light". "Será um debate de alto nível."
O discurso conciliador vai
além: "O ideal é que o poder seja repartido. A Construindo um
Novo Brasil já tem a maioria da
chapa. Seria saudável que o
presidente fosse de outro grupo", diz. Nesse caso, ele mesmo.
Mentor também adota um
discurso conciliatório. "A campanha que olhava no retrovisor
perdeu. O PT está dando uma
demonstração de força. Havendo um entendimento, pode sair
sim [acordo entre os candidatos]. Mas vai depender de muitas coisas", disse.
Ética
Cardozo centrou sua campanha no primeiro turno no resgate do aspecto "ético" do partido e nas críticas ao escândalo
do mensalão [transferência de
recursos a parlamentares].
Até o início da noite, seu grupo ainda não havia definido
quem deverá apoiar no segundo turno, mas a tendência era
que fosse Berzoini.
A participação dos filiados na
eleição deste ano ficou acima
do quórum registrado em
2005, de 315 mil filiados.
O novo presidente do PT terá
mandato de dois anos. Gilney
Viana obtinha 3,76% da votação. Markus Sokol, 0,98%, e
Miranda 0,65%. Brancos e nulos somavam 22 mil.
Texto Anterior: Rio Grande do Sul: CPI é aprovada e investigará pessoas ligada à base de Yeda Próximo Texto: Jornalistas são condenados por fraudar aposentadoria Índice
|