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Gasto de eleitos nas capitais cresce 70%
No ano de 2004, prefeitos que venceram a disputa gastaram R$ 67,8 milhões; em 2008, foram R$ 115,8 milhões, ao total
TSE aponta Kassab como o que mais gastou, R$ 29,7 mi; Marcio Lacerda, em BH, foi o que fez a maior doação para a própria campanha, R$ 4 mi
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Está ficando mais caro vencer eleição no Brasil. O valor total gasto pelos candidatos que
se elegeram em outubro para as
prefeituras das capitais cresceu
70% em relação a 2004.
Ao todo, em 2008, as campanhas vitoriosas nas 26 capitais
brasileiras gastaram R$ 115,8
milhões. Em 2004, foram
R$ 67,8 milhões, valor já corrigido pela inflação registrada no
período pelo IPCA (Índice de
Preço ao Consumidor Amplo).
Os dados são das prestações
de contas de campanha, divulgadas ontem pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A arrecadação das campanhas acompanhou o aumento
nos gastos dos candidatos e
cresceu 71,4% em comparação
com quatro anos atrás.
As eleições deste ano foram
marcadas pelo alto índice de
reeleição. De 26 capitais, só em
7 o vencedor não estava disputando um segundo mandato
consecutivo -e, nessas sete,
nenhum deles conseguiu fazer
campanhas mais baratas que a
dos ganhadores de 2004.
Das 5 candidaturas que mais
aumentaram os gastos em relação a 2004, 4 não disputavam
reeleição: Amazonino Mendes
(PTB, Manaus), Roberto Góes
(PDT, Macapá), Eduardo Paes
(PMDB, Rio) e Marcio Lacerda
(PSB, Belo Horizonte).
A exceção na lista é a petista
Luizianne Lins, reeleita em
Fortaleza. Suas despesas cresceram 267% em relação a 2004
-salto de R$ 1,2 milhão para R$
4,7 milhões.
Todos os candidatos que
conseguiram reduzir os gastos
de campanha em relação à disputa de 2004 buscavam a reeleição. Caso emblemático foi o
de Cícero Almeida (PP), que se
reelegeu em Maceió, com 82%.
O prefeito "economizou"
56% nestas eleições. Gastou
R$ 1,47 milhão agora, conforme
a declaração entregue à Justiça
Eleitoral. Há quatro anos, foram R$ 3,37 milhões.
A campanha vitoriosa mais
cara entre as capitais foi a do
prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM), que declarou
gastos de R$ 29,7 milhões
-65% a mais que a do seu padrinho político, o governador
José Serra (PSDB). Em 2004,
Serra gastou R$ 18 milhões
quando se elegeu prefeito.
Uma das campanhas que
mais chama atenção é a de
Marcio Lacerda, em Belo Horizonte, por registrar a maior
doação única entre os vitoriosos nas capitais. Lacerda abasteceu sua campanha com
R$ 4 milhões próprios.
Custo final
Ganhadores ou perdedores,
os quase 380 mil candidatos a
prefeitos e vereadores gastaram cerca de R$ 2,2 bilhões nas
eleições deste ano, segundo o
TSE. Foram R$ 17 por eleitor.
O custo final das eleições só
será fechado hoje, quando o tribunal consolidará os últimos
dados, mas esse número não
deve sofrer grandes alterações.
Ontem à noite, faltava contabilizar cerca de 2.000 prestações.
Não é possível comparar os
gastos com os de 2004, já que,
naquele ano, o TSE não consolidou as declarações feitas pelos
candidatos, a cargo dos tribunais regionais eleitorais
(TREs). Em 2006, os candidatos a presidente, governadores,
senadores e deputados federais
e estaduais gastaram cerca de
R$ 1,9 bilhão (valores atualizados) -R$ 300 milhões a menos
do que agora.
Colaborou ALAN GRIPP , da Sucursal de Brasília
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