São Paulo, quarta-feira, 06 de março de 2002

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FHC prevê retaliação aos tucanos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso julga que o grupo do pré-candidato tucano à Presidência da República, José Serra, tentou tirar proveito político da busca feita pela Polícia Federal no escritório de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney (PFL-MA), e que, agora, o PSDB deverá aguardar a retaliação do clã Sarney.
Serra e tucanos negam que tenha havido qualquer tentativa de bombardear Roseana, pré-candidata ao Planalto.
O presidente deixa claro que não critica a apreensão de documentos na empresa de Roseana e Murad, porque havia ordem judicial, mas a forma como ocorreu.
Em conversas reservadas, FHC classifica de erro político o suposto vazamento de informações para a imprensa. Na avaliação do presidente, ficou a impressão de que membros do governo ligados a Serra teriam sabido com antecedência da operação policial e teriam passado informações à mídia a fim de tornar o prejuízo político de Roseana ainda maior.
Mais: chegou ao conhecimento do Palácio do Planalto que políticos tucanos estariam montando dossiês contra Roseana e deixando impressões digitais na hora de tentar transmitir essas informações para a imprensa. FHC pediu anteontem moderação ao ministro da Justiça. Para ele, Aloysio Nunes Ferreira reagiu acima do tom no sábado. Depois de ser acusado pelo PFL de tentar prejudicar Roseana, o ministro da Justiça disse que a pefelista queria tratamento privilegiado. No caso, ser avisada de uma batida com respaldo legal.
O ministro, no entendimento de FHC, pôs lenha na fogueira. O presidente pensa que Serra e seu grupo, do qual Aloysio é um expoente, criam arestas demais e que é difícil chegar ao Planalto fazendo tantos inimigos.
FHC aprova ações de bastidor para minar Roseana, como a retirada do publicitário Nizan Guanaes da campanha dela, mas reprova atos para dar um empurrão na investigação sobre Murad.
FHC sempre disse ao PFL e ao PSDB que o marido de Roseana seria um problema para a candidatura dela porque a imprensa o investigaria sem trégua. (KENNEDY ALENCAR)


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