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OUTRO LADO
Funasa diz que taxa caiu acima da média nacional
DA REDAÇÃO
A Funasa informou que,
desde que assumiu a saúde
indígena -até 1999 sob comando da Funai-, a mortalidade infantil nas aldeias teve queda maior que a registrada no indicador nacional.
Segundo Alexandre Padilha, diretor do Departamento de Saúde Indígena da fundação, em 1999 foram registrados 112 mortos para cada
mil nascidos vivos. Em 2004,
segundo a fundação, foram
47,4 mortes, em média, para
cada mil nascidos -o dobro
da mortalidade infantil medida no país no ano passado.
Afirmou ainda considerar os
índices altos e informou que
a intenção é reduzi-los.
Disse ainda que, comparados aos indicadores de saúde
de populações não-índias
nas mesmas condições geográficas, as aldeias estão hoje
em situação melhor.
Em relação à mortalidade
infantil entre os xavante (índice de 133), o diretor diz
que, tanto nesta área de Mato Grosso como em Mato
Grosso do Sul, há problemas
fundiários que se "refletem"
na saúde. "Em Mato Grosso
do Sul, a saúde acaba recebendo impacto de outros
problemas, como o da terra". A demarcação de terra
para índios é uma atribuição
da Funai.
Questionado se responderia às críticas do presidente
da Funai, Mércio Gomes, em
relação ao trabalho da Funasa, disse que "não comentaria declarações à imprensa".
Sobre Dourados (MS), onde seis crianças morreram
de desnutrição neste ano,
Padilha afirmou que a situação "preocupa" e que tem sido "enfrentada". Segundo
ele, o distrito foi escolhido
como "piloto" do programa
de combate à desnutrição.
Padilha rebateu os críticos
que dizem que a Funasa não
respeita a especificidade cultural dos índios no atendimento. "Nós respeitamos a
cultura indígena. Qualquer
resistência por parte da família a nossa orientação é
passar à Funai [...] A cesta
não é a única ação do governo na área", disse.
Quanto ao modelo de saúde, Padilha disse que a intenção da fundação é aumentar
o controle financeiro sobre
as conveniadas e também a
supervisão e a capacitação,
além de incentivar a formação de profissionais índios.
Sobre a questão da rotatividade profissional, diz considerar ser um problema e
que a saída da Funasa é aumentar os convênios com
universidades, que teriam
tradição com trabalho de
longo prazo e compromisso
com a formação do profissional para saúde indígena.
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