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PF tentará impedir que americano veja protestos durante sua visita ao Brasil
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de garantir a segurança
do presidente dos EUA, George
W. Bush, no Brasil, a Polícia Federal se desdobra para evitar
que o americano veja manifestantes contrários à visita dele.
A tarefa é difícil, já que são esperados ao menos 15 mil ativistas, espalhados por diferentes
pontos da cidade.
"Nosso objetivo é fazer com
que o presidente Bush, durante
a passagem dele pelo Brasil,
nem saiba que as manifestações ocorreram", afirmou o delegado da PF Flávio Luiz Trivella, responsável pela segurança
do americano em São Paulo.
A maior concentração de
pessoas (aproximadamente
dez mil) é esperada na avenida
Paulista, na quinta-feira. Os
eventos que mais preocupam a
polícia, porém, são aqueles nos
entornos do hotel e de locais
que Bush visitará. Somente nas
proximidades do hotel são esperadas cerca de 3.000 pessoas.
Com antecedência, equipes
da PF e do Exército vão isolar
as áreas que possam ser ocupadas por manifestantes. Os ativistas ficarão longe dos olhos
da comitiva americana.
Afastados ficarão também os
jornalistas. Na recepção de
Bush, no aeroporto, a imprensa
ficará a pelo menos 80 metros
do presidente. Nos demais
eventos, os jornalistas deverão
ficar em "cercadinhos" fechados por seguranças.
Mesmo as pessoas que tiverem acesso aos eventos de
Bush, como a visita dele na
Transpetro ou na ONG "Meninos do Morumbi", terão de passar por identificação prévia.
É possível que a primeira-dama americana, Laura Bush, tenha uma agenda paralela à do
marido. Os profissionais que
irão cuidar de Laura, desde cabeleireiro a médico, virão com a
comitiva americana.
Há pelo menos dois meses, a
PF vem monitorando com
maior rigor a venda de material
explosivo e de armas. Foi reforçada ainda a segurança nas
fronteiras. Segundo a PF, nenhum movimento atípico foi
registrado. Também não houve
detenção de eventuais pessoas
que poderiam representar
ameaça concreta a Bush.
Segundo Trivella, um ponto
forte é a sintonia entre as polícias brasileira e americana. "Já
fizemos muitas operações juntos, e isso ajuda muito a aparar
eventuais arestas, a ter uma segurança perfeita."
Cerca de cem homens do Serviço Secreto dos Estados Unidos já estão no Brasil ajudando
no trabalho de preparação da
viagem. Pelo menos outros 300
virão. No Brasil, serão empregados efetivos da PF, da Abin,
do Exército, da Aeronáutica, da
Receita Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, da
Infraero e da Polícia Militar.
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