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POLÍCIA FEDERAL
Oficiais foram denunciados por corrupção
Ministro manteve acusados, diz Chelotti
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
O ex-diretor-geral da Polícia
Federal Vicente Chelotti, 47, disse ontem que o ministro Renan
Calheiros (Justiça) não quis exonerar de cargos de confiança
quatro membros da cúpula do
órgão acusados de desviar recursos de convênio com o INSS.
Chelotti disse que não teve nada
a ver com a decisão.
"Quando eu voltei do Paraguai,
o ministro decidiu licenciá-los,
criando uma situação que perdura até hoje, oito meses depois",
disse ele à Folha. "Eu achei que a
melhor decisão era exonerá-los
dos cargos para substituí-los."
Chelotti disse que em julho de
98 queria exonerar os superintendentes Jairo Kullman, do Rio
de Janeiro, e Mauro Spósito, do
Amazonas, além do chefe de gabinete Alberto Lasserre Filho e o
agente Celso Luiz Braga de Lemos. O ministro foi contra e preferiu licenciá-los, afirmou.
Com isso, Chelotti procurou
justificar o fato de Lemos continuar trabalhando na sede do órgão em Brasília. Os superintendentes licenciados, disse, continuaram a trabalhar normalmente e sem perder as gratificações
dos cargos.
Calheiros disse que licenciou os
quatro policiais, em vez de exonerá-los do cargos, para aguardar o resultado de sindicância
aberta para apurar o envolvimento deles no desvio de recursos do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social).
Superbonder
Chelotti pediu demissão por
causa de reportagem da revista
"Carta Capital", publicada na semana passada, com gravações de
conversas dele e do agente Celso
Lemos, ex-assistente de assuntos
especiais.
A reportagem atribuiu a ele
afirmações de que tinha cola Superbonder na cadeira (para sinalizar que seria intocável) e nas
mãos o presidente Fernando
Henrique Cardoso por causa de
fitas grampeadas em 1995. Chelotti negou as acusações.
Ele distribuiu ontem cópia de
sua carta de demissão, entregue
na véspera ao ministro Calheiros. Chelotti revelou que na sexta-feira passada recebeu um telefonema de FHC para saber o que
tinha achado da reportagem. Na
ocasião, disse Chelotti, FHC recomendou que ficasse tranquilo
e aguardasse a repercussão.
O cargo de diretor-geral da PF
será ocupado interinamente pelo
coordenador central Wantuir Jacini. Em 1986, ele foi suspenso
por 30 dias sob a acusação de haver negligenciado no serviço durante apreensão de carretas com
contrabando de café em Foz do
Iguaçu (PR).
O novo superintendente da PF
será definido até segunda-feira
pelo ministro Calheiros.
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