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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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PAINEL

Vaga aberta
Lula disse a interlocutores que o principal problema dos primeiros cem dias de seu governo é a falta de um ministro "forte" no comando da área social. Julgou um erro ter fragmentado a condução das políticas para o setor em várias pastas. Quer rearranjá-las com o tempo.

Crise gerencial
Lula considera que deveria ter adotado na área social o mesmo modelo de gestão da econômica e da política, nas quais centralizou seus comandos em petistas de peso (Palocci Filho e José Dirceu, respectivamente). Como quis dividir responsabilidades, o setor perdeu em eficiência.

Cota reservada
Lula definiu que só fará mudanças nos ministérios após a aprovação das reformas, pois uma substituição poderia desagradar a algum grupo político e dificultar a formação da maioria no Congresso. Quando houver a troca, o PMDB terá uma pasta. E não mais do que isso.

Câmbio manso
Palocci Filho (Fazenda), em conversas reservadas, tem apostado que o dólar se estabilizará em R$ 3,15 até o meio do ano. Se a economia mundial não sofrer nenhum abalo, acredita, a moeda norte-americana manterá esse patamar até dezembro.

Trabalho informal
Adolescentes contratados por deputados federais para colher assinaturas nos corredores da Câmara cobram R$ 2 por cada apoio que conseguem para proposta de CPI e R$ 1,50 para cada projeto de emenda constitucional. Alguns chegam a arrecadar até R$ 100 em dias quentes.

Moda petista
O deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, quer instituir uma contribuição de 10% do salário bruto de cada parlamentar para sustentar o partido. A bancada ameaça se rebelar se a idéia for adiante.

A herdeira
Tucanos tentam convencer Renata Covas, filha de Mário Covas, a disputar a Prefeitura de Santos em 2004.

Almoxarifado vazio
Não há toalhas descartáveis e papel higiênico suficientes nos banheiros do Senado. Funcionários estão sendo obrigados a levar os produtos de casa.

Mudança estratégica
Carlistas e alguns petistas pressionam o PMDB a indicar o senador Ney Suassuna (PB) para o lugar de Ramez Tebet no Conselho de Ética. O parlamentar paraibano, em conversas reservadas com colegas, disse ser contra a cassação de ACM.

Estilos diferentes
Tebet manifestou interesse de deixar o Conselho de Ética. Alega suspeição pelo fato de ter comandado a primeira investigação contra ACM. Além de Suassuna, o outro suplente do PMDB cotado para assumir a vaga é Pedro Simon (RS).

Na ponta do lápis
ACM calcula ter o voto de 6 dos 15 senadores do Conselho de Ética. Sua estratégia é conseguir com que Ney Suassuna ocupe o lugar de Tebet e que o tucano Sérgio Guerra (PE) mude seu voto. Assim, conseguiria o apoio de oito senadores e poderia escapar da cassação.

Não é piada
Em reunião com a embaixadora dos EUA, Donna Hrinak, Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu que o papa João Paulo 2º faça uma reunião com os principais líderes mundiais em Bagdá. A idéia foi recebida às gargalhadas pelos colegas do senador.

Mas FMI pode
Cartaz colado recentemente no gabinete da liderança do PT na Câmara dos Deputados: "Aqui é proibido Coca-Cola".

Flerte político
Roberto Freire quer levar o pedetista Miro Teixeira (Comunicações), que tem batido de frente com Brizola, para o PPS.

TIROTEIO

Da deputada federal Denise Frossard (PSDB-RJ), ironizando o comportamento do PT no Congresso:
- A diferença fundamental entre a administração passada e a atual é que uma parte do PT aderiu ao governo.

CONTRAPONTO

Informação privilegiada

A votação da emenda constitucional do artigo 192, que abre as portas para a autonomia do BC, dividiu a bancada do PT. A ala majoritária, ligada a Lula, defendia a aprovação do projeto. Já um grupo de cerca de 30 deputados de esquerda era contra.
Após discursos inflamados e ameaças de punição dos radicais, o partido fechou questão pela aprovação. No mesmo dia, os mercados reagiram bem: o dólar e o risco-país caíram.
No dia seguinte, o deputado Doutor Rosinha (PT-PR), um dos líderes dos radicais, fazia tratamento no serviço médico da Câmara quando foi provocado pelo fisioterapeuta:
- Quero combinar algo com o senhor. Quando os radicais forem fazer um acordo, o senhor me avisa e eu compro dólares. Quando a esquerda for endurecer, avise-me que eu vendo.
Rindo, Rosinha retrucou:
- Só se dividirmos os lucros!



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