|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia do PR recebe fragmento
de bala disparada em conflito
da Agência Folha, em Curitiba
e em Campo Largo
O militante do MST Aparecido
Alves de Souza entregou ontem à
Polícia Civil do Paraná fragmento
de revestimento de uma bala, que
pode ter sido a que matou o agricultor Antônio Tavares Pereira,
no conflito entre sem-terra e policiais militares, na terça-feira.
Com isso, pode-se definir a arma do crime. O revestimento
-perdido porque a bala ricocheteou antes de atingir Pereira- fica marcado pelo cano da arma.
Apenas com o miolo da bala, recolhido do corpo, não seria possível realizar o exame de balística.
Considerado a principal testemunha do caso, Souza, disse em
seu depoimento que recolheu o
fragmento quando se protegia,
atrás de um ônibus, dos tiros da
PM. A perícia não encontrou
mais nada na área.
O diretor do Instituto de Criminalística, Lourenço Bueno, considerou coerente o relato de Souza.
Ele acrescentou que um exame
indicará se o fragmento e o "miolo do projetil" que atingiu Pereira
vêm da mesma munição.
O delegado responsável, Fauze
Mahmoud Hussain, disse que solicitaria à PM o encaminhamento
de uma camionete, cujo capô foi
amassado pelos sem-terra. Dela
teriam partido os tiros. O delegado quer a identificação dos ocupantes e as armas usadas por eles.
Para Hussain, o fato de a bala
ter ricocheteado antes de atingir
Souza indica que o autor do disparo não teve intenção de matar.
O deputado Florisvaldo Fier, o
Dr. Rosinha (PT-PR), disse, baseado em informações que a PM
prestou a ele e ao presidente da
Comissão de Direitos Humanos
da Câmara, Marcos Rolim (PT-RS), que os números da placa da
camionete suspeita são 4516.
"Das dez camionetes quebradas, apenas duas foram atingidas
por foices e amassadas pelos sem-terra. Uma delas é um camburão,
o que a descarta. Resta a camionete de número 4516", disse.
O subcomandante da PM, coronel Sanderson Diotalevi, confirmou que foram fornecidos os
dados ao deputado, mas considerou suas conclusões apressadas.
Segundo ele, as camionetes estão
à disposição para perícia.
Desaparecidos
Três integrantes do MST afirmaram ontem à polícia que viram
dois homens feridos por tiros disparados pela PM durante o confronto na terça-feira.
Quatro delegados e dois promotores ouviram, na delegacia de
Campo Largo, o relato de 28 militantes do MST.
Rogério Mauro, um dos líderes
do MST no Estado, disse que os
dois sem-terra, supostamente
mortos com tiros na nuca e na
barriga, estão entre os 16 que não
apareceram até o final da tarde de
ontem. O MST não sabe a identidade dos desaparecidos.
Texto Anterior: Movimento só mantém invasão em MT Próximo Texto: Lerner volta a defender ação policial Índice
|