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Partido queria fim da exploração
DA REDAÇÃO
Quando o PSDB foi criado, em
1988, o partido planejava seguir "a
alternativa social-democrática",
"síntese teórica e histórica que
procura superar as limitações do
capitalismo do século 19 e os aspectos discutíveis do socialismo".
Na época, o programa da legenda encerrava proposições dessa
natureza: "No conflito entre o capital e o trabalho, o PSDB tem posição clara. Como partido comprometido com os interesses dos
assalariados (...), estará ao lado
deles contra a exploração social".
As definições iniciais já representavam uma atenuação do significado original do termo. Segundo o "Dicionário de Política",
de Norberto Bobbio, "social-democracia" é usada para designar
"movimentos socialistas que pretendem mover-se rigorosa e exclusivamente no âmbito das instituições liberal-democráticas". À
luz dessa definição, fica evidente a
distância entre o nome da legenda
e suas realizações concretas.
Uma maneira de medir essa distância é comparar a proporção de
deputados oriundos das legendas
claramente não-socialistas em relação ao total de deputados. A outra é comparar o número de deputados vindos da "direita" em
relação ao total de deputados
oriundos de outros partidos (excluindo assim os deputados que
começaram a carreira no PSDB).
Para calcular os gráficos ao lado
foram considerados os deputados
que entraram no PSDB depois de
terem passado pela Arena, PDS/
PPR/PPB, PFL, PRN, PTB, PDC
(que se fundiu com o PDS) e PP
(que se fundiu com o PPR).
A participação dos conservadores na bancada do PSDB evoluiu
de 12,2%, em 1988, para 41,0%,
neste ano. Considerando só os deputados saídos de outras legendas, a taxa cresce para 51,8%.
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