São Paulo, domingo, 06 de maio de 2001

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Partido queria fim da exploração

DA REDAÇÃO

Quando o PSDB foi criado, em 1988, o partido planejava seguir "a alternativa social-democrática", "síntese teórica e histórica que procura superar as limitações do capitalismo do século 19 e os aspectos discutíveis do socialismo".
Na época, o programa da legenda encerrava proposições dessa natureza: "No conflito entre o capital e o trabalho, o PSDB tem posição clara. Como partido comprometido com os interesses dos assalariados (...), estará ao lado deles contra a exploração social".
As definições iniciais já representavam uma atenuação do significado original do termo. Segundo o "Dicionário de Política", de Norberto Bobbio, "social-democracia" é usada para designar "movimentos socialistas que pretendem mover-se rigorosa e exclusivamente no âmbito das instituições liberal-democráticas". À luz dessa definição, fica evidente a distância entre o nome da legenda e suas realizações concretas.
Uma maneira de medir essa distância é comparar a proporção de deputados oriundos das legendas claramente não-socialistas em relação ao total de deputados. A outra é comparar o número de deputados vindos da "direita" em relação ao total de deputados oriundos de outros partidos (excluindo assim os deputados que começaram a carreira no PSDB).
Para calcular os gráficos ao lado foram considerados os deputados que entraram no PSDB depois de terem passado pela Arena, PDS/ PPR/PPB, PFL, PRN, PTB, PDC (que se fundiu com o PDS) e PP (que se fundiu com o PPR).
A participação dos conservadores na bancada do PSDB evoluiu de 12,2%, em 1988, para 41,0%, neste ano. Considerando só os deputados saídos de outras legendas, a taxa cresce para 51,8%.



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