São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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FHC espera que Paulo Renato peça demissão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso não deverá tomar a iniciativa de demitir o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, mas gostaria que ele pedisse para sair do governo.
Um auxiliar de FHC diz que, em condições normais, Paulo Renato seria demitido ou fritado mais explicitamente. Como é ano eleitoral e ele confirmou uma denúncia, pegaria mal bombardeá-lo diretamente. O desejo do presidente e da cúpula tucana é que ele peça demissão.
Se Paulo Renato quiser continuar, ficará desprestigiado. FHC acredita que ele, ao confirmar que teria havido o suposto pedido de propina na privatização da Vale do Rio Doce, deu um tiro no governo e no pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador paulista José Serra.
O ministro da Educação tentou ser candidato a presidente, mas perdeu a indicação para Serra. Depois, como compensação, buscou uma candidatura ao Senado por São Paulo, mas não teve respaldo do PSDB. Desde então, tem demonstrado mágoa em relação a Serrar e aos tucanos em conversas reservadas.
Anteontem, o presidente do PSDB, José Aníbal, disse que o ministro da Educação fora leviano porque não perguntou em nome de quais tucanos Ricardo Sérgio teria pedido propina a Benjamin Steinbruch para ajudá-lo a formar o consórcio que comprou a Vale, privatizada em 1997. "Se não perguntou, perdeu uma boa oportunidade para não ficar calado", declarou Aníbal.
Ontem, Paulo Renato reagiu ao ataque de Aníbal (SP). Ao site da Globonews, o ministro declarou que não reconhece autoridade em Aníbal para criticá-lo ou fazer comentários a seu respeito. "Eu não fiz nada de errado. Escutei uma história e confirmei que escutei. Queriam que eu mentisse?", disse Paulo Renato.


Colaborou a Reportagem Local



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