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Bispos afirmam ter esperança no governo
DO ENVIADO ESPECIAL A INDAIATUBA
O cardeal-arcebispo de São
Paulo, d. Cláudio Hummes, disse
ontem ter confiança que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva
"vai conseguir resgatar a dívida
social do país".
Também d. Antônio Celso de
Queiroz, bispo de Catanduva
(SP), eleito ontem vice-presidente
da CNBB, se disse esperançoso
com o governo. "Não digo fazer
tudo. Sabemos que é difícil e é
preciso tempo", afirmou.
Ele disse que o relacionamento
da CNBB com os governos "sempre foi bom depois da restauração
da ordem democrática", mas que
agora há coincidência entre as reivindicações da Igreja Católica
-"justiça e atendimento às necessidades dos mais pobres"-e
as propostas de Lula.
Questionado sobre se tem mais
esperanças com Lula do que com
Fernando Henrique Cardoso, d.
Cláudio disse: "Tivemos muitas
esperanças no Fernando Henrique, na época da sua eleição, mas
na verdade as coisas não avançaram suficientemente, como a
questão do desemprego e as reformas que não foram feitas".
D. Cláudio disse que a igreja
"está muito feliz com algumas
propostas que o governo está fazendo", citando as reformas previdenciária e tributária e o programa Fome Zero. Mas reiterou
que a CNBB manterá sua autonomia, "dando-se o direito de criticar e discordar".
O bispo de Jundiaí, d. Amaury
Castanho, também se diz satisfeito com o governo Lula, mas afirma que continua tendo "indagações" que se fazia sobre o candidato, temendo sua "radicalização" para a esquerda.
Por enquanto, se diz satisfeito
com a política econômica, "totalmente contrária à política socializante e estatizante do PT". "Queira Deus que não seja uma estratégia", disse.
Segundo d. Amaury, Lula faz
quase o mesmo que FHC -que
teria pedido para que esquecessem o que escreveu-, "dizendo",
segundo o bispo, que esqueçam
tudo o que disse.
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