|
Texto Anterior | Índice
ÍNDIOS
Cintas-largas também permitiram
Caiapós abrem garimpo a brancos na sua área
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Duas lideranças dos índios
caiapós autorizaram 12 garimpeiros a entrar na área indígena, situada na divisa do Pará com Mato
Grosso, para extrair ouro, segundo a Polícia Federal e a Funai
(Fundação Nacional do Índio).
Ontem, um helicóptero do
Exército com dez militares, quatro delegados e um perito da PF
pousou na terra indígena para verificar a dimensão do garimpo,
descoberto pela Funai há uma semana. A operação durou das 13h
às 18h (horário de Brasília).
"Os índios da aldeia Pucanu deram autorização à revelia dos da
aldeia Kokraimoro, que não gostaram e queriam trucidar os garimpeiros", afirmou ontem o superintendente da PF em Belém,
José Ferreira Sales.
O caso é semelhante ao que resultou em conflito na terra indígena Roosevelt, em Rondônia, onde
garimpeiros "brancos" atuaram
com autorização dos índios de
2000 a 2002. Em 7 de abril deste
ano, num conflito com os cintas-largas, 29 garimpeiros foram
mortos dentro da terra Roosevelt.
No caso dos caiapós de Mato
Grosso e Pará, a Funai confirmou
ontem que os índios Bekrê e Royal deram a autorização para os
garimpeiros. O administrador
substituto da Funai, Luís Carlos
da Silva Sampaio, disse que houve
"ingenuidade dos índios". No local do garimpo autorizado pelos
caiapós há duas pistas de pouso
clandestinas, oito balsas e dragas.
Segundo Sampaio, a extração
de ouro ocorria havia pelo menos
60 dias. "Foi quando os índios começaram a ver movimento de
aviões", disse Sampaio.
Segundo Sales, o empresário
Santídio Nunes, de Redenção
(PA), entregou anteontem à PF
uma autorização escrita, assinada
pelos índios Bekrê e Royal, permitindo a entrada dos garimpeiros.
(HUDSON CORRÊA)
Texto Anterior: Frase Índice
|