São Paulo, quinta-feira, 06 de junho de 2002

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PT pede moratória de transgênico e descarta transpor São Francisco

DA REPORTAGEM LOCAL

O PT apresentou ontem uma proposta para a área de meio ambiente em que defende a moratória do uso comercial de organismos geneticamente modificados.
"O PT propõe uma moratória no uso comercial [dos transgênicos" dando mais tempo para o desenvolvimento de estudos sobre o impacto na saúde e no meio ambiente", diz o texto.
O partido também descarta a transposição das águas do rio São Francisco como forma de amenizar os efeitos da seca no Nordeste.
A transposição não é mencionada formalmente no documento, mas não será feita em um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo organizadores do plano.
O documento foi entregue ao presidenciável no distrito histórico de Paranapiacaba, em Santo André (SP), em meio à Mata Atlântica.
"A transposição não é solução para os efeitos da seca. Há outras medidas prioritárias, como construção de poços comunitários e cisternas", disse Gilney Viana, um dos responsáveis pela elaboração do documento.
O partido também exclui a possibilidade de promover privatizações na área de saneamento, apesar de admitir parcerias com a iniciativa privada.
Outras propostas incluem a reestruturação da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (substituta da Sudam), a implementação do Protocolo de Kyoto -que prevê a redução da emissão de gases que causam o aquecimento global- e a realização de auditorias nas fontes geradoras de energia nuclear, interrompendo o projeto de instalação da usina de Angra 3.
Para reduzir a poluição nas grandes cidades, o programa petista prevê "apoio e incentivo" aos rodízios de veículos e pedágios urbanos, cujos recursos seriam revertidos para investir em transporte coletivo.
Como uma das modalidades de financiamento para todos estes projetos, o PT propõe ampliar os gastos públicos na área do meio ambiente "a partir de redução de outras despesas e da reprogramação dos recursos públicos que já estão sendo gastos pelos três níveis de governo".
Em tese, o texto de 60 páginas apresentado ontem pela secretaria nacional de Meio Ambiente do PT ainda não faz parte do programa de Lula -isso ocorrerá após aprovação em convenção do partido no fim do mês.
Não são esperadas alterações significativas, no entanto, até porque o próprio Lula defendeu ontem que o documento seja aprovado. (FÁBIO ZANINI)


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