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MINISTÉRIO PÚBLICO
Escolhido era o preferido do ministro Márcio Thomaz Bastos entre os quatro mais cotados para o cargo
Lula indica Fonteles para procurador-geral
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cláudio Lemos Fonteles, 56, foi
escolhido pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para o cargo
de procurador-geral da República
em substituição a Geraldo Brindeiro, que exerce a função há oito
anos. A escolha foi anunciada ontem pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no Alvorada.
Fonteles, hoje subprocurador-geral da República, pregou a
união do Ministério Público Federal e o trabalho em equipe e disse ter pela frente um "desafio
muito grande, que é o trabalho de
união de todos os procuradores
da República". Uma das principais críticas a Brindeiro é que ele
alijou dos centros de decisão os
procuradores que não acompanhavam suas opiniões.
Considerado conservador,
Brindeiro foi apelidado por seus
adversários, entre eles diversos
petistas, de "engavetador-geral da
República" pelo fato de ter arquivado denúncias contra diversas
autoridades. Sobre Brindeiro,
Fonteles disse: "Eu não vou fazer
comentários sobre isso, seria extremamente indelicado de minha
parte. Agora, a minha trajetória
de 30 anos no Ministério Público
Federal se caracteriza por uma
postura de independência".
Fonteles disse que só sabe trabalhar em equipe e que vai cultivar o
"diálogo aberto e franco". Segundo ele, o Ministério Público é "voz
da sociedade" e procura "resgatar
os valores de competência, de seriedade, e honestidade".
Simpatizante do PT, Fonteles
ocupa hoje o mais alto cargo da
carreira, o de subprocurador-geral -há hoje 46 deles. Outros três
eram cotados para a vaga de procurador-geral: Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Wagner Gonçalves e Antônio Fernando Silva de
Souza. Fonteles era o preferido do
do ministro Bastos.
O mandato de Brindeiro vence
no dia 28 de junho. Fonteles, cujo
nome precisa ser aprovado pelo
Senado, afirmou que vai acertar a
data da posse com Brindeiro, possivelmente para fim deste mês ou
início de julho.
O procurador-geral da República representa o Ministério Público Federal perante o Supremo
Tribunal Federal. Nessa condição,
opina sobre as causas em julgamento e decide se arquiva ou não
investigações criminais contra o
presidente da República, ministros de Estado, senadores e deputados. Ele também atua como
procurador-geral eleitoral perante o Tribunal Superior Eleitoral. O
mandato é de dois anos, mas pode
ser renovado sucessivamente.
(WILSON SILVEIRA)
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