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São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2003

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MINISTÉRIO PÚBLICO

Escolhido era o preferido do ministro Márcio Thomaz Bastos entre os quatro mais cotados para o cargo

Lula indica Fonteles para procurador-geral

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cláudio Lemos Fonteles, 56, foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de procurador-geral da República em substituição a Geraldo Brindeiro, que exerce a função há oito anos. A escolha foi anunciada ontem pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no Alvorada.
Fonteles, hoje subprocurador-geral da República, pregou a união do Ministério Público Federal e o trabalho em equipe e disse ter pela frente um "desafio muito grande, que é o trabalho de união de todos os procuradores da República". Uma das principais críticas a Brindeiro é que ele alijou dos centros de decisão os procuradores que não acompanhavam suas opiniões.
Considerado conservador, Brindeiro foi apelidado por seus adversários, entre eles diversos petistas, de "engavetador-geral da República" pelo fato de ter arquivado denúncias contra diversas autoridades. Sobre Brindeiro, Fonteles disse: "Eu não vou fazer comentários sobre isso, seria extremamente indelicado de minha parte. Agora, a minha trajetória de 30 anos no Ministério Público Federal se caracteriza por uma postura de independência".
Fonteles disse que só sabe trabalhar em equipe e que vai cultivar o "diálogo aberto e franco". Segundo ele, o Ministério Público é "voz da sociedade" e procura "resgatar os valores de competência, de seriedade, e honestidade".
Simpatizante do PT, Fonteles ocupa hoje o mais alto cargo da carreira, o de subprocurador-geral -há hoje 46 deles. Outros três eram cotados para a vaga de procurador-geral: Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Wagner Gonçalves e Antônio Fernando Silva de Souza. Fonteles era o preferido do do ministro Bastos.
O mandato de Brindeiro vence no dia 28 de junho. Fonteles, cujo nome precisa ser aprovado pelo Senado, afirmou que vai acertar a data da posse com Brindeiro, possivelmente para fim deste mês ou início de julho.
O procurador-geral da República representa o Ministério Público Federal perante o Supremo Tribunal Federal. Nessa condição, opina sobre as causas em julgamento e decide se arquiva ou não investigações criminais contra o presidente da República, ministros de Estado, senadores e deputados. Ele também atua como procurador-geral eleitoral perante o Tribunal Superior Eleitoral. O mandato é de dois anos, mas pode ser renovado sucessivamente.
(WILSON SILVEIRA)


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