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DATAFOLHA
Arlindo Chinaglia atribui aumento da percepção da corrupção a caso dos Correios; para oposição, há "agonia" e "deterioração"
Pesquisa serve de alerta a Lula, diz petista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
A pesquisa Datafolha publicada
ontem registrando queda de dez
pontos na popularidade do governo federal "serve como alerta"
ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, diz o líder do governo na
Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). A pesquisa apontou ainda
que 59% acham que Lula abandonou a maior parte de suas idéias
após ser eleito. Entre petistas, o
percentual é de 42%.
Para Chinaglia, "percepção não
se discute", mas ele acha que Lula
"não abandonou as suas convicções". O problema, elabora, "é
que, quando se está no governo,
você não consegue realizar tudo o
que você espera".
O Datafolha também detectou
que 65% das pessoas consideram
haver corrupção no governo Lula.
Em março de 2004, o percentual
era de 32%. "Não adianta. Quando aparece uma fita, caso de corrupção, já entramos em campo
perdendo de 5 a 0", disse o líder.
Outro petista, da esquerda do
partido, deputado Walter Pinheiro (BA), diz esperar que os resultados do Datafolha "sirvam para
acordar o governo". Pinheiro já
foi líder do PT na Câmara e foi a
favor da instalação da CPI dos
Correios. "Não fomos nós [os 12
do PT favoráveis à CPI] que inventamos o Roberto Jefferson
nem a corrupção nos Correios."
Alberto Goldman (PSDB-SP),
líder na Câmara, considera que "a
pesquisa identifica a agonia do
governo". Opinião semelhante
tem o líder do PFL na Câmara,
Rodrigo Maia (RJ), segundo
quem "a pesquisa Datafolha mostra uma deterioração" do governo. "A não-instalação da CPI vai
prejudicar muito a recondução
dos parlamentares na eleição que
vem. É muito difícil para um parlamentar ficar contra a sua própria reeleição", declarou.
Rumo a 2006
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito paulistano, José Serra, ambos tucanos,
disseram ontem que, apesar dos
resultados positivos divulgados
na pesquisa, ainda é cedo para falar em eleição.
"Pesquisa é sempre correta. Estatística é uma ciência. Mas, do
ponto de vista político, é muito
cedo avaliar o impacto do resultado da pesquisa, porque o PSDB,
por exemplo, não tem candidato e
só vai definir isso no ano que
vem", afirmou Alckmin. Questionado se é o candidato natural do
PSDB, desconversou. "Sou candidatíssimo a fazer um bom governo em São Paulo."
Tanto Alckmin quanto Serra
disseram que não é possível que o
PSDB escolha agora o candidato.
"Para nós, o fundamental neste
ano é o trabalho. Se você começa
uma campanha neste ano, prejudica o trabalho administrativo no
Brasil", afirmou Serra. O prefeito,
porém, celebrou os resultados.
"No que se refere a mim, eu fiquei
bastante satisfeito, mas isso não
significa que eu seja candidato."
O prefeito do Rio, Cesar Maia
(PFL), ao comentar ontem os resultados da pesquisa, disse que, se
ele não for candidato em 2006, o
ex-governador do Rio Anthony
Garotinho "pula para o segundo"
lugar nas intenções de voto.
"O Garotinho só não está em segundo porque meu nome é colocado na pesquisa e, no Rio, nas
pesquisas que eu conheço, está
sempre na frente do dele", disse
Cesar, que já lançou sua pré-candidatura à Presidência e teve de
5% a 8% das intenções de voto,
mostra o Datafolha. Para ele, interessa ao PT a polarização com o
PSDB, "com o mínimo de candidatos, para perguntar se o eleitor
quer de novo" a gestão FHC.
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