|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUSTIÇA
Deputado faz acusação a presidente do TJ paulista
da Reportagem Local
O deputado estadual Campos
Machado (PTB) pediu que o Ministério Público investigue a eventual prática de crime de responsabilidade pelo presidente do TJ
(Tribunal de Justiça) de São Paulo,
Dirceu de Mello, em razão do suposto descumprimento da emenda
constitucional que unifica os tribunais superiores do Estado.
Promulgada no dia 20 de maio, a
Emenda Constitucional nº 8 prevê
a extinção dos três Tribunais de Alçada de São Paulo, com a transferência de seus juízes e de suas atribuições para o TJ.
O presidente do TJ sempre se posicionou contra a emenda, por
considerá-la inconstitucional.
Segundo ele, somente o TJ teria
poder para propor esse tipo de alteração constitucional. A emenda
foi aprovada pela Assembléia Legislativa de São Paulo.
Promoções
Segundo o deputado, no dia 26
de maio, depois de promulgada a
emenda à Constituição estadual, o
TJ publicou edital para a promoção de juízes para os Tribunais de
Alçada do Estado.
Campos Machado argumenta
que o TJ está tratando da promoção de juízes para órgãos que deixaram de existir com a promulgação da emenda constitucional.
O deputado também acusa Mello
de descumprir a Emenda Constitucional nº 7, promulgada em março, que prevê a eleição, pelos juízes, dos ocupantes dos cargos de
direção do TJ.
"Se o guardião maior da lei em
nosso Estado se recusa a dar cumprimento a mandamentos da
Constituição, o que pensará o cidadão comum?", pergunta.
Pedido
O pedido de investigação foi encaminhado por Machado ao procurador-geral de Justiça de São
Paulo, Luiz Antonio Marrey.
A assessoria de imprensa do presidente do TJ informou que ele só
se manifestará sobre o assunto na
segunda-feira.
As emendas constitucionais receberam apoio da maioria dos juízes de primeira instância e dos integrantes dos Tribunais de Alçada.
Atualmente, o presidente, o vice-presidente e o corregedor do Tribunal de Justiça são eleitos pelos
132 desembargadores. De acordo
com a emenda constitucional, eles
devem ser escolhidos por todos os
juízes vitalícios do Estado -aproximadamente 1.600.
A unificação dos tribunais elevaria o número de desembargadores
do TJ dos atuais 132 para 338.
O TJ de São Paulo já não cumpre
uma determinação da Constituição do Estado, promulgada em
1989, que prevê a eleição de metade
dos integrantes do Órgão Especial
do tribunal pelos 132 desembargadores. Hoje o Órgão Especial, que é
a instituição de cúpula do tribunal,
é composto pelos 25 desembargadores mais antigos.
Texto Anterior: Celso Pinto: Concessões aos municípios Próximo Texto: Dinheiro público garante 21% das vendas
Índice
|