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Partido reduz meta na reforma agrária
DA REPORTAGEM LOCAL
O programa de governo do PT
promete colocar a reforma agrária como uma de suas cinco prioridades, mas reduz a meta de novos assentamentos de famílias de
sem-terra, em comparação com
campanhas passadas.
A promessa agora é assentar
500 mil famílias de trabalhadores
durante o mandato presidencial
de quatro anos.
Em 1994, em sua segunda campanha presidencial, Lula prometeu assentar 800 mil famílias sem-terra. Quatro anos mais tarde, o
número cresceu: o PT falava em 1
milhão de famílias assentadas.
Na época, a meta petista foi considerada "fantasiosa" e "inexequível" pelo comando de campanha
de Fernando Henrique Cardoso.
FHC, em sua primeira campanha presidencial, prometeu assentar 280 mil famílias sem-terra.
Em 98, não fixou meta.
Meta "realista"
Agora, uma liderança do PT ouvida pela Folha confirmou que a
meta para 2002 é mais "realista"
que as anteriores.
O argumento que os petistas
usarão na campanha, se questionados do porquê da redução, é o
de que hoje há demandas diferentes na reforma agrária.
Enquanto há quatro anos a discussão era o número de assentamentos, agora a prioridade seria a
qualidade deles, segundo os petistas.
Isso teria ficado mais evidente
após uma série de reportagens da
Folha que mostravam que assentamentos sem infra-estrutura
eram contabilizados pela estatística oficial.
Ao lado dos novos assentamentos, o PT promete também a "recuperação" de outros 500 mil assentamentos, o que geraria 2 milhões de empregos.
Em nenhum momento, o programa menciona o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra). Em seus discursos,
Lula tem procurado dizer que fará
reforma agrária "absolutamente
pacífica", procurando distanciar-se da invasão de terras promovida
pelo movimento.
O principal instrumento de reforma agrária, segundo o programa do PT, seria a desapropriação
de terras "por interesse social, nos
termos do que estabelece a Constituição".
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