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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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PAINEL

Na mira
O Planalto já tem em mãos a lista dos maiores salários do Poder Judiciário em cada Estado. O caso que mais impressiona o governo Lula é o do Maranhão, onde um desembargador ganha mais de R$ 40 mil mensais.

Carimbo na testa
O governo Lula pretende "vazar" a lista dos supersalários dos juízes na época da votação da reforma da Previdência, quando o Judiciário intensificará a pressão pela manutenção das regras atuais. A fim de colocar a opinião pública contra os juízes e facilitar a aprovação do projeto.

Ponte oceânica
O BNDES e a Agência Andina de Cooperação farão um seminário no mês de agosto para selecionar dois projetos de integração sul-americana a serem financiados pelos órgãos, que poderão investir até US$ 1 bi. A prioridade é para obras que liguem o Atlântico ao Pacífico.

Cadeira cativa
O PMDB intensificará a pressão sobre Anderson Adauto (Transportes), convocando o ministro a depor na Câmara e no Senado sobre supostas irregularidades em sua pasta. O partido mira o ministro porque quer retomar a pasta, ocupada pela sigla na gestão FHC.

Cartas na mesa
Com os olhos arregalados para a cadeira de Adauto (Transportes), o PMDB já discute até nomes para indicar a Lula. Romero Jucá, que já foi líder do PSDB no Senado, é um dos cotados.

Best-seller
O Senado imprimiu e distribuiu 2.000 exemplares do livro "A Consagração de Paes de Andrade". Nada mais é do que a sabatina do novo embaixador em Portugal, realizada na Comissão de Relações Exteriores.

Disque-emprego
O Ministério do Trabalho irá criar um telefone 0800 para jovens se informarem sobre vagas no Primeiro Emprego.

Rito sumário
Dirigentes do PSB têm feito piada sobre o modo que encontraram para tirar Garotinho do partido. Em vez de abrir um processo de expulsão, preferiram não recadastrá-lo. Dizem que vão patentear o método para cobrar royalties. Inclusive do PT de Babá e Luciana Genro.

Vencer o medo
Lula pediu a governadores aliados que procurem os empresários mais importantes de seus Estados. A fim de convencê-los a apoiar a reforma tributária.

Confiança abalada
Antonio Palocci Filho (Fazenda) também tem conversado com líderes empresariais para buscar apoio à reforma. Muitos, porém, acreditam que haverá aumento da carga tributária.

Megafone
José Dirceu (Casa Civil) não se conforma com Eduardo Suplicy (PT-SP). Avalia que, ao levar o caso da suspensão de Heloísa Helena da bancada petista para a tribuna do Senado, ampliou a repercussão da crise.

Para a biografia
Os adversários dizem que o problema é de crise existencial. Ao mesmo tempo em que estimula a expulsão dos radicais do PT, José Genoino procura as diversas tendências do partido tentando apaziguar os ânimos.

Caneta com pouca tinta
O governador Joaquim Roriz (PMDB-DF) queria do seu partido uma nota mais dura do que a divulgada em relação ao governo Lula. Foi à reunião da sigla, realizada na semana passada, com um texto pronto.

Pé na realidade
Roriz pediu à cúpula do PMDB que assinasse carta que redigira rompendo com o Planalto em represália ao fato de Lula ter chamado Geraldo Magela (PT) de futuro governador do DF. Os peemedebistas preferiram ficar na ameaça.

TIROTEIO

Do deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), comentando a crise no campo, a reforma da Previdência e a política de juros altos do governo:
-Lula usa o boné do MST, corre o chapéu entre os aposentados e enche a cartola dos banqueiros.

CONTRAPONTO

Alquimia dos números

O deputado Alberto Fraga (PMDB-DF) é um dos principais opositores do governo Lula no Congresso. Policial militar, ele é ligado ao governador Joaquim Roriz, cujo mandato é contestado na Justiça pelo PT.
Meses atrás, o deputado subiu à tribuna para denunciar uma suposta ligação de Lula com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Por causa desse discurso, está sendo processado pelo presidente.
Na semana passada, Fraga chegava ao gabinete do líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), quando foi abordado pela secretária de um deputado, pedindo que assinasse algumas emendas.
Ele alegou que estava com pressa, mas a moça insistiu:
-São só 13 emendas...
Irônico, Fraga arrumou a desculpa de que precisava:
-Treze é o número do PT. Eu não assino. Se fossem 15, que é o número do PMDB, eu assinava!


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