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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Tesoureiro do PT diz que dinheiro é do tio
Filippi Jr. afirma que parente de sua mulher emprestou maior parte dos R$ 183 mil que deu como garantia numa ação
"O dinheiro é do tio Mário
Moreira, que é comerciante
na avenida Cupecê... Não é
filiado a partido nem tem
contratos com a prefeitura"
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Investigado pelo Ministério
Público de São Paulo, que quer
saber a origem dos R$ 183 mil
dados como garantia num processo judicial, o prefeito licenciado José de Filippi Júnior
disse ontem que a maior parte
do dinheiro saiu de uma conta
poupança de um "tio rico".
"O dinheiro é do tio Mário
Moreira, que é comerciante na
avenida Cupecê [SP] e também
mexe com agropecuária. O tio
Mário não é filiado a nenhum
partido nem tem contratos
com a prefeitura. Ele é o tio
mais rico da minha mulher. Fez
uma contribuição a título de
empréstimo", afirmou o prefeito licenciado de Diadema.
Filippi disse ter procurado a
ajuda do tio e de amigos para
conseguir desbloquear os bens
dele e da mulher -que haviam
sido indisponibilizados por ordem judicial como garantia de
pagamento dos R$ 183 mil.
No processo, o prefeito foi
condenado em segunda instância por usar em propaganda oficial o símbolo do PT, três estrelinhas, que representariam as
três gestões dele. A lei brasileira proíbe a vinculação do logotipo de administrações públicas a bandeiras partidárias.
Segundo Filippi, Moreira lhe
emprestou R$ 150 mil por meio
do cheque nš 2.668 do banco
Santander, no dia 10 de dezembro de 2003: "Ele foi muito legal. Disse que, se eu precisasse
de mais, me emprestaria".
O prefeito licenciado, que arcou com R$ 15 mil, recebeu ainda a ajuda do amigo e deputado
estadual Mário Reali (PT), ex-presidente do PT em Diadema,
no valor de R$ 10 mil. Outros 28
amigos, cujos nomes não foram
revelados, teriam contribuído
com quase R$ 7.000. Os mesmos amigos organizaram uma
festa e arrecadaram R$ 1.430.
"Tenho certeza de que irei
ganhar o processo e vou devolver o dinheiro, de forma corrigida, para todos", disse.
O prefeito licenciado de Diadema, que será o tesoureiro da
campanha presidencial de Lula, afirmou também que a contratação do escritório de advocacia do deputado federal Luiz
Eduardo Greenhalgh, sem licitação, não foi ilegal: "A própria
legislação prevê, em alguns casos, a dispensa de licitação".
"Eu estranho muito tudo isso
[a investigação] ocorrer de forma simultânea às decisões de
campanha", disse Ricardo Berzoini, presidente do PT.
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