São Paulo, segunda, 6 de julho de 1998

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SUCESSÃO
Presidente declara intenção de alocar R$ 73 milhões na campanha; conheça o patrimônio dos 14 postulantes
FHC prevê gastar 42% a mais na reeleição

LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília


O candidato à reeleição à Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso, foi o que declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a maior previsão de gastos na campanha eleitoral deste ano, de R$ 73 milhões. Em 94, FHC declarou ter gasto R$ 32,1 milhões. Em termos reais (descontada uma inflação de cerca de 60% no período), FHC prevê gastar 42% a mais em 98.
Dos 14 candidatos que registraram candidatura no TSE para concorrer à Presidência, o de um partido nanico é o aspirante mais rico ao Planalto.
O candidato do PTN (Partido Trabalhista Nacional) e presidente do partido, Dorival Masci de Abreu, é o afortunado. Ele apresentou no TSE uma declaração de bens e direitos no valor de R$ 5.850.886.
A maior parte desse valor refere-se a uma indenização de R$ 3.888.211 paga a Abreu pelo governo federal em abril de 1991. O PTN registrou ontem a candidatura de Abreu, último dia previsto pela Lei Eleitoral. Outros nove candidatos também foram registrados ontem.
O TSE tem até o dia 13 de agosto para julgar os pedidos de registro. Até lá, os candidatos podem fazer campanha.
O segundo mais rico é o candidato do PRN, o ex-presidente Fernando Collor. O patrimônio declarado de Collor é de R$ 3.569.232.
O PRN solicitou ontem o registro da candidatura do ex-presidente, mas ministros do TSE dão como certo o indeferimento do pedido. O mandato de Collor foi cassado pelo Senado e ele está inelegível até o ano 2000.
O assessor de imprensa do ex-presidente, Rony Curvelo, apresentou uma declaração do TSE de que não há no tribunal nenhuma decisão considerando Collor inelegível. A previsão de gastos na campanha de Collor é de R$ 5 milhões.
Depois de Collor vem o candidato do PSDC, o ex-deputado José Maria Eymael, com um patrimônio declarado de R$ 1.377.000. O presidente Fernando Henrique Cardoso, candidato da coligação PSDB, PFL, PPB, PTB e PSD, está em quarto lugar com R$ 1.226.416.
O candidato do PSTU, José Maria de Almeida, declarou ao TSE o menor patrimônio: uma linha de telefone celular em Minas Gerais no valor de R$ 600.
O comando da coligação de FHC estima em R$ 73 milhões o custo máximo da campanha, sendo R$ 65 milhões do PSDB e R$ 8 milhões do PFL.
A segunda maior previsão de gastos na campanha é do candidato do PPS, Ciro Gomes: R$ 33 milhões. A maior parte é do PPS (R$ 23 milhões). O PL estima que gastará R$ 10 milhões na campanha de Ciro.
O petista Luiz Inácio Lula da Silva tem a mesma previsão de gastos do candidato do Prona, Enéas Carneiro: R$ 15 milhões. Em 94, Lula declarou ter gasto R$ 4,2 milhões e Enéas, R$ 117.870.
O PSTU tem a menor previsão de custo da campanha: R$ 200 mil.
Ontem, somente dois candidatos foram pessoalmente ao TSE fazer o registro das suas candidaturas. O primeiro a chegar, pontualmente às 8h, quando o setor de protocolo começou a funcionar, foi o brigadeiro Ivan Frota (PMN).
O brigadeiro disse que a arrecadação de fundos para a sua campanha será feita por meio do sistema de telefone 0900.
O candidato do PV, Alfredo Syrkis, chegou de bicicleta ao TSE para fazer o registro da sua candidatura. Ele percorreu cerca de 3 km para chegar ao tribunal.



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