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INVESTIGAÇÃO
Luiz Francisco afirma que o Banco Central ainda não entregou 45 ordens bancárias emitidas pela Incal
Procurador volta a acusar o BC de omissão por atraso
MALU GASPAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para o procurador da República
Luiz Francisco de Souza, do Ministério Público do Distrito Federal, é "ridículo" o presidente do
Banco Central, Armínio Fraga, dizer que o MP não tem escrúpulos
por criticar o atraso na entrega de
informações sobre o rastreamento das ordens bancárias emitidas
pela Incal. Luiz Francisco reafirmou que o BC foi omisso na entrega de informações à CPI do Judiciário e ao MP. Leia abaixo trechos da entrevista.
Folha - O presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, diz que falta escrúpulo político ao Ministério
Público em suas declarações.
Luiz Francisco de Souza - O que o
Ministério Público disse é correto.
Das 82 ordens bancárias referentes a quase R$ 300 milhões, só oito
foram completamente rastreadas,
totalizando só R$ 30 milhões. O
resto não foi feito corretamente.
Depois de muita pressão, a Justiça deu um prazo de 45 dias. E
mesmo assim o BC só entregou 29
ordens bancárias, rastreadas incompletamente. Ainda faltam 45
ordens bancárias. Então é ridículo
ele dizer que o BC está dentro do
prazo, porque esse prazo nasce da
própria omissão do BC, que deveria ter feito o rastreamento no ano
passado e não fez. O relatório da
CPI poderia ter sido dez vezes
mais completo com ele.
Folha - O Ministério Público foi
acusado de partidarismo por ter se
reunido com membros da oposição
antes do depoimento de EJ.
Luiz Francisco - O que houve foi
uma reunião da comissão. Nós fizemos um encontro inclusive
com membros da base governista, não foi só da oposição. O
PMDB integra a base governista e
estava lá. Amir Lando, Roberto
Requião e Pedro Simon, que são
da base governista. Nosso encontro foi público e apartidário.
Folha - Vocês convidaram membros da base governista?
Luiz Francisco -Nós exigimos
que a reunião fosse num local público e fizemos questão que fossem convidados os governistas, o
sr. Edison Lobão, o (José Roberto)
Arruda. Se eles não quiseram ir, é
outro problema.
Folha - O senhor acha que os senadores fizeram um bom uso dos
subsídios que o MP deu?
Luiz Francisco - Não faço juízo. O
que eu sei é que houve uma reunião pública e pluripartidária. O
resto é uma tentativa de barrar essa CPI, porque a gente precisa de
uma CPI. Foi só com uma CPI que
se pegou o Hildebrando. Luiz Estevão foi pego numa CPI. CPI é
mecanismo democrático. O MP
não tem estrutura.
Folha - O senhor vai depor na subcomissão do Senado?
Luiz Francisco - Se ela nos convidar, a gente vai. Mas vamos querer marcar para daqui a pelo menos três semanas, porque a investigação está em curso e nós precisamos de mais elementos e ações.
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