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CASO TRT
Ministro, junto com diretor-geral da Polícia Federal, quer autorização para colocar escutas telefônicas
Gregori afirma que Justiça dificulta busca por Nicolau
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça, José Gregori, afirmou ontem que, se a Justiça concedesse escuta telefônica
para a Polícia Federal, as buscas
ao ex-juiz foragido Nicolau dos
Santos Neto seriam facilitadas.
Desde que Nicolau teve a prisão
preventiva decretada pela Justiça
Federal em São Paulo, no dia 25
de abril, a PF não conseguiu autorização para que fossem feitas escutas telefônicas nas linhas de
pessoas com as quais o ex-juiz poderia manter contato.
"Se a Justiça concedesse, nos daria mais facilidade", afirmou Gregori. O ministro disse não saber o
motivo pelo qual a Justiça não
concede a autorização. "Perguntem à Justiça Federal (o motivo)."
O diretor-geral da PF, Agílio
Monteiro Filho, disse que a polícia está tentando na Justiça autorização para fazer o que ele chamou de "controle telefônico".
Gregori e o diretor-geral da PF
se reuniram ontem na casa do ministro em São Paulo.
Monteiro Filho estava voltando
de uma viagem de três dias à
França e parou em São Paulo para
informar Gregori sobre as buscas
ao ex-juiz foragido e ao banqueiro
Salvatore Cacciola, dono do Marka e com prisão decretada desde o
dia 19 de julho.
Na Europa, o diretor-geral da
PF pediu ajuda da Interpol e da
polícia francesa para localizar os
dois foragidos. Monteiro Filho
afirmou que deve ficar na cidade
até amanhã, para acompanhar
pessoalmente as operações de
busca ao ex-juiz que estão centradas na PF em São Paulo.
Tanto Gregori quanto Monteiro
Filho preferiram não colocar prazo para a captura do ex-juiz, já
que nas últimas semanas as informações eram as de que o cerco estava se fechando para prendê-lo.
"Não podemos dar detalhes da
busca. Estamos trabalhando com
todas as possibilidades", disse
Monteiro Filho. "A cada diligência que fazemos, avançamos."
Nicolau deve ter seu habeas corpus julgado este mês. Segundo
seu advogado, Alberto Zacharias
Toron, logo após o julgamento,
independentemente do resultado,
seu cliente deve se entregar.
Gregori defendeu a PF e disse
que não haveria "desmoralização" da polícia caso Nicolau se entregasse. "A polícia está se empenhando o máximo."
Questionado se Monteiro Filho
poderia perder o cargo caso o juiz
não fosse preso, Gregori disse:
"Isso é especulação".
"Essas coisas não são fáceis. Estamos tratando de uma pessoa
com recursos, relações e que, por
ter sido juiz, conhece como funcionam as coisas", afirmou.
O ministro não quis fazer comparações com as buscas por PC
Farias, em 93, quando o tesoureiro de Fernando Collor foi encontrado na Tailândia, após passar
153 dias foragido. Ele foi reconhecido por um turista que informou
a embaixada. "Não sou especialista em caso PC", disse Gregori.
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