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CAMPANHA
Ex-presidente declara voto em candidato do PPS e diz que comparação entre ambos ajuda presidenciável
Collor pede votos para Ciro em Alagoas
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB), candidato ao
governo de Alagoas, declarou
apoio a Ciro Gomes (PPS) e já começou a pedir votos para o presidenciável em comícios realizados
no interior alagoano.
O ex-presidente disse ontem,
em entrevista à TV "Pajuçara", retransmissora do SBT em Alagoas,
que vai votar em Ciro. "Eu vou
votar no Ciro Gomes porque tenho certeza de que ele tem condições de governar o país", disse. A
declaração ocorre apesar das reiteradas manifestações de desapreço pelo apoio de Collor dadas
pelo próprio Ciro.
Em comício na noite de anteontem no município de Pilar, a 50
km de Maceió, Collor pediu à população local que votasse no 23
(número de Ciro), "o nosso presidente", o que, somado ao número
dele, o 28, dá 51. "Como vocês sabem, 51 é uma boa idéia", disse o
ex-presidente.
Por várias vezes, Ciro demonstrou irritação ao ser comparado
com Collor -os dois governaram Estados do Nordeste e têm
imagens de jovens impetuosos. A
comparação é um dos artifícios
preferidos da campanha tucana
de José Serra (PSDB).
Confrontado com o fato de que
seu apoio é tratado pelo PPS nacional e pelo próprio Ciro como o
"beijo da morte", Collor afirmou
acreditar que seu nome não traz
prejuízo à candidatura da Frente,
já que Ciro não teria parado de subir nas pesquisas mesmo depois
de a comparação começar a ser
explorada de forma mais intensa
pelos adversários.
"Nos últimos dias, em que o
candidato Ciro Gomes mais recebeu essa exposição na mídia,
comparando-o comigo, foi exatamente neste período que ele cresceu. Ultrapassou o candidato Serra e hoje já está quase ultrapassando o candidato Lula. Sinal de que
essa comparação que fazem dele
comigo não o prejudicou", disse.
O PSDB usa também como argumento para a comparação o fato de Ciro contar entre seus colaboradores com vários ex-colloridos, como o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ),
um dos coordenadores da Frente.
Apesar de se declarar amigo de
Collor, Jefferson ontem criticou
as declarações do ex-presidente.
""Ele está fazendo isso para prejudicar o Ciro. Sempre falou mal do
Ciro na nossa frente. Fico admirado de agora, que sabe que seu elogio atrapalha, fazer isso. Ele está é
querendo uma carona [na popularidade do candidato"."
Marcado pelo processo de impeachment que sofreu -devido a
acusações de que ele e seu ex-tesoureiro Paulo César Farias, morto em 1996, comandavam um esquema de corrupção no Planalto-, Collor é visto por muitos como garantia de prejuízo eleitoral.
Tanto é que o PPS de Ciro Gomes tenta até hoje anular decisão
de sua seção alagoana de coligação com a chapa do ex-presidente, que conta também com o
apoio do PTB, outra legenda da
Frente Trabalhista de Ciro.
O Tribunal Regional Eleitoral
deve definir nos próximos dias se
aceita ou não a intervenção feita
pela Executiva nacional do PPS.
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