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Marinho acha "normal"
CUT ser contra reforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Tida como braço sindical do
PT, a CUT (Central Única dos
Trabalhadores) pediu que os deputados sob sua influência votassem contra o texto da reforma da
Previdência elaborado pelo governo. Segundo Luiz Marinho,
presidente da entidade, a atitude é
"normal", porque a central é independente e precisa defender
"os baixos salários".
Na avaliação da CUT, ainda há
espaço para alterar pontos considerados essenciais na proposta do
governo. Em entrevista à Folha,
Marinho classificou como "zelo
em excesso" o reforço de policiamento ontem na Câmara, determinado pelo presidente da Casa,
João Paulo Cunha (PT-SP).
(IURI DANTAS)
Folha - Como é pregar o voto contrário a uma proposta elaborada
pelo governo do PT, que a CUT ajudou a eleger?
Luiz Marinho - Normal. Não podemos adotar uma posição meramente de oposição irresponsável
a qualquer governo. Da mesma
forma seria um erro ter uma postura adesista a qualquer governo.
Folha - Há constrangimento?
Marinho - Vamos manter todas
as críticas que, na nossa avaliação,
forem cabíveis. Neste caso [reforma da Previdência], o governo e
sua base aliada não estão atendendo a um clamor do povo, dos
baixos salários. Ouviu a pressão
real dos magistrados. Não houve
composição com baixos salários.
Folha - O que a CUT quer mudar
na proposta da reforma?
Marinho -O teto seria importantíssimo. Estamos ainda abertos a
buscar a composição entre os
R$ 2.400 e os R$ 4.800. Algo intermediário. Fundamental à transição decente para os baixos salários seria a retirada do redutor de
5%, até o teto.
Folha - Como o sr. vê o reforço no
policiamento ordenado pelo PT,
que impede o acesso dos servidores à Câmara?
Marinho - Vejo como um zelo
em excesso, desnecessário. Era
possível dialogar com as entidades, fazer listas.
Folha - O governo quer aprovar a
reforma o quanto antes. Qual será
a postura da CUT?
Marinho - Vamos continuar insistindo. A luta continua: aprovou
em primeiro turno, tem segundo
turno e tem Senado. Vamos buscar dialogar ainda no sentido de
mudança. Vamos insistir até o último minuto. Daremos continuidade à pressão. Isso será feito.
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