São Paulo, sábado, 06 de agosto de 2005

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PAINEL

Redução de danos 1
Ao colocar toda sorte de obstáculos ao início do processo para cassar os deputados abastecidos pelas contas de Marcos Valério, Severino Cavalcanti (PP-PE) tenta ganhar tempo.

Redução de danos 2
O presidente da Câmara conta com o reinício, nos próximos dias, da seqüência de renúncias aberta por Valdemar Costa Neto (PL), mas interrompida pelo "fico" de José Dirceu no depoimento ao Conselho de Ética.

Eu te disse
Um personagem que se empenhou para convencer Dirceu a renunciar dizia ontem que o ex-ministro se iludiu ao contar com um parecer contrário à possibilidade de abertura de processo contra ele na Câmara.

Livre e desimpedida
Foi a própria ministra Dilma Rousseff quem orientou seus subordinados na Casa Civil a atender, sem demora, a solicitação da CPI para que lhe fosse enviada a agenda de José Dirceu relativa ao período em que ele esteve no Palácio do Planalto.

Pequenas causas
Do deputado tucano Gustavo Fruet (PR), integrante da CPI dos Correios: "São tantas as denúncias que nos chegam todos os dias que daqui a pouco seremos convidados a investigar briga de marido e mulher".

Curso natural
A cúpula do PMDB ainda não tomou providência em relação a José Borba (PR), ex-líder da bancada do partido na Câmara que recebeu dois aportes do valerioduto em 2003, por estar convencida de que a renúncia do deputado é para breve.

Tudo menos isso
Os deputados que optarem pela renúncia serão estimulados a abraçar o discurso de Valdemar Costa Neto, ou seja, negar de pés juntos que o dinheiro recebido fosse "mensalão".

Quase minoritário
Segundo um veterano de concílios petistas, a reunião de ontem em São Paulo foi das mais esvaziadas da história do partido. Pelo andar da carruagem, teme-se que em breve o termo "Campo Majoritário" não possa mais ser tomado ao pé da letra.

Um por vez
Há quem diga que foi apenas coincidência, mas o fato é que José Dirceu só chegou à sede do PT depois que o novo presidente do partido, Tarso Genro, já havia deixado a reunião.

0 x 0
O desentendimento entre a nova direção petista e o grupo caído em desgraça junto com Dirceu é de tal ordem que, ontem, muita gente já previa que nada de mais significativo será deliberado neste fim de semana.

Daqui eu não saio
Pela mesma razão, poucos apostam que Tarso Genro e companhia obtenham sucesso imediato em seu esforço de bastidores para que petistas diretamente beneficiados pelos repasses do valerioduto tomem a iniciativa de abandonar a chapa do Campo Majoritário para a nova direção nacional do partido.

Letra do azar
Na chapa do Campo Majoritário à nova direção, a lista dos que receberam de Marcos Valério passou a ser conhecida como a "maldição do J": nela figuram os deputados João Paulo Cunha, José Mentor, João Magno, Josias Gomes e José Guimarães.

Cartas na mão
De um petista que joga pelo fortalecimento da nova direção, sobre as reais condições de José Dirceu para se contrapor às mudanças em gestação no partido: "Ele não tem mais autoridade, mas ainda tem poder".

TIROTEIO

Da senadora Heloisa Helena (PSOL-AL), integrante da CPI dos Correios, sobre as conversas de bastidores com vistas à negociação de um acordo entre tucanos e petistas para delimitar as investigações da comissão e evitar punir os culpados:
-Pizza, para mim, é de rúcula e tomate seco, para ser saboreada com as crianças da família. Nem com adulto eu divido a mesa. Que não me façam essa proposta, sob o risco de terem sua integridade física ameaçada.

CONTRAPONTO

Missão fúnebre

Na reunião da Comissão de Finanças da Câmara, quarta-feira passada, Carlito Mers (PT-SC) tentava evitar a convocação do ministro Antonio Palocci (Fazenda) à Casa por conta de denúncias de favorecimento a bancos em dívida com o INSS.
O petista pediu a palavra, e o presidente Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) anunciou:
-Com a palavra, Carlito Mers, o último dos moicanos a acreditar neste governo.
Único parlamentar do PT no plenário da comissão, até Mers deu risada da brincadeira.
Mais adiante na sessão, depois de o requerimento ter sido aprovado, Mers voltou à cena, solicitado para ler o parecer do projeto que modifica o auxílio funeral. Então foi a vez de o deputado Moreira Franco (PMDB-RJ) fazer pilhéria com o PT:
-Presidente, dar essa tarefa ao único petista da sala parece provocação ao governo Lula!


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