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Governadores
podem perder
cargo, diz TSE
FÁBIO ZANINI
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um parecer da assessoria
técnica do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estende para os detentores de cargos
majoritários (presidente, governador, prefeito ou senador) a determinação já aprovada pelo tribunal de perda
de mandato para deputados
que trocarem de partido no
meio do mandato.
O parecer, de 24 de abril, é
assinado pela assessora-chefe da presidência do tribunal,
Claudia Cahu, e responde a
uma consulta do deputado
Nilson Mourão (PT-AC).
O documento servirá de
subsídio para o relator da
consulta, ministro Carlos
Ayres Britto, que estuda o caso. Britto deve proferir seu
voto em sessão plenária neste ano e pode acatar ou não o
parecer. Ele não foi localizado para comentar o caso.
O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, já se diz
favorável à tese defendida
pela assessoria técnica.
"Temos de aguardar o pronunciamento do tribunal.
Mas o princípio é o mesmo
[para eleições proporcionais
e majoritárias]. É coerente",
disse ele.
O dado fundamental, diz
Marco Aurélio, é a fidelidade
ao partido, "por força de filiação partidária um ano antes,
escolha do nome em convenção e financiamento da campanha pelo partido".
Se a tese do parecer vingar,
correrão o risco de perda de
mandato, entre outros, os
governadores Blairo Maggi
(MT) e Ivo Cassol (RO), que
trocaram o PPS pelo PR, senadores como Fernando
Collor (que foi do PRTB para
o PTB), Roseana Sarney
(DEM para PMDB) e Cristovam Buarque (PT para PDT)
e vários prefeitos.
Supremo
Ainda que os ministros do
TSE estendam para os cargos
majoritários a restrição já
feita por eles nessa semana
aos proporcionais, a perda
dos mandatos não seria automática.
Os partidos que se sentirem prejudicados terão de
entrar no Supremo Tribunal
Federal com uma ação específica, como já vêm fazendo
para reaver mandatos de deputados federais.
Além disso, não fica claro
como se daria a substituição
de eventuais autoridades que
percam o mandato. Os senadores provavelmente seriam
substituídos pelos suplentes,
e os governadores e prefeitos
pelos vices, mas poderá haver um entendimento de que
a vaga vá para o segundo colocado na eleição.
O parecer técnico do tribunal argumenta que também
se aplica aos majoritários o
conceito de que os mandatos
pertencem ao partido.
Apesar de no caso dos cargos majoritários, a campanha eleitoral ser mais "personalizada", focada na figura do candidato, o parecer técnico sustenta que "o partido
político será sempre o primeiro e último detentor dos
mandatos eletivos".
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