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ELEIÇÕES
Ex-prefeito diz que disputa ao governo de SP será entre 'galo de briga' e 'galinha morta', em referência a Covas
Maluf incorpora 'frangogate' à campanha
CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local
O ex-prefeito
de São Paulo
Paulo Maluf
(PPB) lançou
ontem um de
seus motes para
a campanha ao
governo do Estado do próximo ano: "Vai ser o
galo bravo, que sou eu, contra a
galinha morta".
A "galinha morta" era uma referência ao governador do Estado,
Mário Covas (PSDB), virtual adversário de Maluf em 98.
Maluf apresentou seu mote durante entrevista coletiva em sua casa, concedida depois de café da
manhã oferecido ao presidente do
Líbano, Elias Hraoui. A frase de
Maluf foi uma resposta sobre proposta de slogan do ex-governador
Franco Montoro (PSDB) para a
campanha de Covas: "O tucano
contra o frango".
Tanto o mote do pepebista quanto o slogan tucano são inspirados
nas acusações de irregularidade na
compra de frangos pela Prefeitura
de São Paulo na gestão de Maluf
(1993-96).
O Ministério Público de São Paulo investiga contrato do município
com a empresa A D'Oro, do cunhado de Maluf Fuad Lutfalla.
A A D'Oro forneceu coxas e sobrecoxas à prefeitura entre agosto
de 96 e fevereiro de 97. Durante esse período, a empresa comprou
frangos vivos da granja Obelisco,
pertencente à mulher de Maluf,
Sylvia, e à sua filha Ligia.
Outras farpas
Essa investigação já inspirou outras trocas de farpas entre os prováveis adversários de 98. No início
de agosto, Covas apelou ao trocadilho: "Existe um escândalo dos
frangos? Isso é muito penoso".
Pouco depois, Maluf rebateu.
"Os que não sabem cantar de galo,
o que é o caso do PT e do Mário
Covas, querem inventar o frango".
Sempre que pode, o pepebista faz
referências à suposta inoperância
de Covas, como ocorreu com a
"galinha morta".
Na mesma entrevista, ontem,
afirmou que o Estado "está parado há dois anos e sete meses". No
dia 13 de agosto, Maluf dava declarações na mesma linha: "Ele (Covas) é um homem indeciso, diria
até preguiçoso". Ontem, a Folha
tentou entrar em contato com Covas, mas sua assessoria informou
que ele estava no interior e não havia como encontrá-lo.
Maluf mostrou-se contrariado
com pergunta da Folha sobre as
dificuldades enfrentadas pelo seu
sucessor, Celso Pitta (PPB), frente
a um quadro aparentemente mais
favorável ao governo estadual.
O ex-prefeito chamou a repórter
de "covista" e "secretária de imprensa do governo do Estado de
São Paulo". Quando instado a fazer sua análise da situação da prefeitura e do Estado, disse que sua
opinião é baseada em pesquisas.
Segundo Maluf, as pesquisas
mostrariam que ele e Celso Pitta
estão em melhor posição que Covas junto aos eleitores.
A Prefeitura de São Paulo enfrenta hoje uma grave crise financeira, com uma dívida de curto
prazo de R$ 1,2 bilhão. Para tentar
equilibrar o caixa, Pitta tem feito
cortes em áreas sociais.
Vice
Maluf disse que seu candidato a
vice será indicado pelo PFL, se for
feita coligação com esse partido.
O nome do ministro de Assuntos
Políticos, Luiz Carlos Santos, que
anunciou sua filiação ao PFL, é
"excelente", disse Maluf. Mas
acrescentou: "Se existe uma coligação prevista com o PFL, é o PFL
que vai indicar o nome".
O apoio do PFL é disputado por
Covas e Maluf. O partido coligou-se a Covas na última eleição,
mas deixou formalmente o governo quando apoiou Pitta em 96.
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