São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2004

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PAINEL

Referência política
Um dos proprietários da empresa Emparsanco, o empreiteiro José Roberto Preto é candidato a prefeito pela coligação PTB-PT em Peruíbe, litoral paulista, onde se apresenta informalmente como o "amigo do Lula".

Experiência administrativa
Com sede no ABC, a Emparsanco foi investigada pelo Ministério Público no caso Santo André e ganhou concorrência para coletar lixo em Belém, administrada pelo PT. "Sou amigo do Lula porque fomos vizinhos em São Bernardo. Não vou usar isso na campanha", diz Preto.

Parada de sucessos
As atrações musicais do palanque de Preto nada ficam devendo às mais abastecidas campanhas do PT. Os sambistas Netinho e Jorge Aragão já fizeram show em Peruíbe. O próximo deve ser Alexandre Pires.

Recidiva prevista
Humberto Costa prepara a volta de Reginaldo Muniz Barreto, exonerado em meio ao escândalo da Máfia dos Vampiros, ao Ministério da Saúde. A pasta tenta reverter na Justiça a quebra do sigilo do ex-diretor do Fundo Nacional de Saúde para readmiti-lo em nova função.

Baby boom
A neta de José Serra nascerá perto da votação do primeiro turno. A de Marta Suplicy veio ao mundo na pré-campanha.

Reforço no palanque
Geraldo Alckmin visita hoje a Ribeirão Preto do ministro Palocci na tentativa de empurrar o tucano Welson Gasparini rumo ao segundo turno, no qual enfrentaria o líder Baleia Rossi (PMDB). Embora em recuperação, Gilberto Maggioni (PT) ainda amarga o terceiro posto.

Depois das urnas
Engajado na campanha de Marta (PT), o vereador Milton Leite espera o fim do primeiro turno para contestar a opção de Quércia por Erundina (PSB).

Mãos às obras
No momento em que o ministro da Justiça, Thomaz Bastos, diz que o governo criará programa contra a corrupção em concorrências públicas, empresários da construção vêem brechas no projeto das PPP (Parcerias Público-Privadas) que permitem manipular licitações "em favor de interesses espúrios".

Regras próprias
Para João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon-SP, sindicato da indústria da construção paulista, pelo projeto atual o administrador público pode declarar uma obra como sendo PPP e adotar critérios de técnica e de preços que violem os limites da lei de licitações.

Efeito contrário
João Paulo Cunha (PT), presidente da Câmara, admite o uso de medida provisória para aprovar matérias urgentes como as PPP. Robusti diz que isso atrasaria os investimentos, pois as empresas não apostariam suas fichas em algo juridicamente frágil como o disposto por MP.

A quem interessa
De um petista ilustre sobre a ressurreição da emenda constitucional que permite reeleger os presidentes da Câmara e do Senado: "Essa não é uma agenda do Congresso, mas de João Paulo, Sarney e Zé Dirceu".

No ato
A Petrobras viu-se em campo minado, na semana passada, ao ser flagrada negociando financiamentos para a construção de gasodutos simultaneamente com japoneses, seus tradicionais parceiros, e chineses.

Jogo de empurra
Questionada sobre a negociação com os chineses, a área de gás e energia da Petrobras declarou que nada tinha a ver com o peixe e jogou a responsabilidade para outros diretores. O truque, porém, não resolveu a saia-justa com os japoneses.

TIROTEIO

Do governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB), a respeito da oposição de alguns de seus colegas do Nordeste à transposição das águas do rio São Francisco, eleita como prioridade pelo governo Lula:
-Essa é uma atitude impatriótica e até desumana de determinados líderes. Trata-se de obra imprescindível à região.

CONTRAPONTO

Unidos venceremos

Em campanha por um aumento de 15% nos salários dos servidores do Legislativo, o presidente do Sindilegis, o sindicato da categoria, bate de porta em porta no Congresso em busca de adesões à proposta.
O projeto virou notícia quando se descobriu que poderia camuflar aumento para os parlamentares. De cara, alguns líderes se justificaram. Disseram que só assinaram o requerimento por desconhecer a brecha.
Foi nesse clima que o sindicalista apareceu no gabinete do senador tucano Sérgio Guerra (PE) para pedir apoio ao projeto. No governo FHC, os dois estavam em lados opostos.
Um assessor perguntou se o texto realmente permitia o aumento para os parlamentares.
O sindicalista começava a responder, quando foi interrompido por um irônico Guerra:
-Espera aí, companheiro, não vamos dividir a causa!


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