DA REPORTAGEM LOCAL

O PT entrará com recurso contra a liminar que evitou, no sábado, a votação do pedido de expulsão do ex-tesoureiro Delúbio Soares do partido. Mas o destino de Delúbio só será decidido pela nova direção do partido. Como sua expulsão não foi levada a voto, a Comissão de Ética do partido retomará parte do processo, ouvindo testemunhas no dia 13.
Pelo regimento, a partir de então, há um prazo de pelo menos dez dias para que Delúbio apresente novos elementos a sua defesa. Como o novo diretório será eleito no dia 18, "o processo ficará para a próxima direção", diz Luiz Turco, um dos integrantes da Comissão de Ética. Segundo ele, "a nova direção terá maior legitimidade para concluir o processo".
No comando do partido, a medida judicial foi encarada como a suspensão de um problema para que outro -a eleição interna do PT- seja enfrentado. "O Delúbio vai ficar para a próxima direção. Nossa preocupação agora é garantir que seja uma eleição tranqüila", disse o secretário de Mobilização do PT, Francisco Campos, responsável pelo Processo de Eleição Direta: "Decisão judicial é para ser cumprida. Vamos refazer o processo na Comissão de Ética".
Coordenador do Campo Majoritário, Francisco Rocha, repete o argumento usado no sábado: "Decisão da Justiça não se comenta. Cumpre-se". Com esse argumento, Rocha não quis comentar as críticas de setores à esquerda do PT que, informados da liminar, propuseram a divulgação de uma nota avalizando o trabalho da Comissão de Ética.
Pela manhã, o presidente do PT, Tarso Genro, teria concordado com a proposta. Mas, na reunião, Tarso pregou o respeito à decisão judicial. "Tarso recuou", disse o secretário de Formação Política, Joaquim Soriano. (CATIA SEABRA)


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