São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO

Polícia prende 6 de suposta milícia no Rio

Grupo, que seria chefiado pelo deputado Jorge Babu (PT), é acusado de crime eleitoral

Segundo a corregedora da PM do Rio, moradores eram pressionados a mudar título para áreas dos milicianos; envolvidos negam acusação

DA SUCURSAL DO RIO

A polícia do Rio prendeu ontem seis pessoas acusadas de integrar uma milícia supostamente chefiada pelo deputado estadual Jorge Babu (PT). Segundo a polícia, ele e um tenente-coronel da Polícia Militar -que foi preso- chefiavam a milícia. O deputado nega.
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse que o grupo cometeu crimes eleitorais e encaminhou o material apreendido, incluindo listas com números de títulos eleitorais, para o TRE (Tribunal Regional Eleitoral do Rio).
Ontem, policiais cumpriram dez mandados de prisão e 20 de busca e apreensão nas zonas oeste e norte.
Até a conclusão desta edição, seis pessoas haviam sido presas: o tenente-coronel da PM Carlos Jorge Cunha, os PMs Davinilson Freitas, Carlos Cunha e Alfredo de Oliveira, o bombeiro Carlos José Dias, além de Roberto de Lima.
Cunha já havia sido afastado da PM por suspeita de prática de "atos ilícitos", segundo o comandante da PM do Rio, tenente-coronel Gilson Pitta.
Os presos eram integrantes da milícia e, na delegacia, alegaram que só falariam em juízo, segundo a Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), que fez a operação. As prisões foram expedidas pela Justiça com base em denúncia do Ministério Público que aponta Jorge Babu como chefe da milícia. Babu não teve a prisão pedida por ter foro privilegiado. Nesta semana, foi suspenso do PT. Em associação de moradores em Pedra de Guaratiba, a polícia achou material de campanha do candidato a vereador Elton Babu (PT), irmão de Jorge Babu.
A assessoria do deputado negou envolvimento de ambos com milícias. Disse que Babu entregou à CPI das Milícias da Assembléia autorização para quebra de seus sigilos.
Segundo a corregedora da PM do Rio, Ivanetti Fernanda de Araújo, os milicianos pressionavam pessoas que moravam em áreas dominadas pelo grupo, mas tinham títulos eleitorais em outras regiões. "Temos indícios de que havia intimidação para mudança de foro, para ser feito o voto dentro da comunidade", afirmou ela.
A milícia que Babu comandava, segundo a Draco, era rival da Liga da Justiça, que seria controlada pelo vereador Jerônimo Guimarães (PMDB), o Jerominho, que está preso e nega envolvimento no grupo.


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