|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TSE
Eleitor terá que digitar 19 números e seis vezes a tecla "confirma" para escolher deputados, senadores, governador e presidente
115 milhões põem à prova votação eletrônica
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Às 8h de hoje, 335.871 urnas eletrônicas estarão ligadas para receber os votos que decidirão a eleição para presidente mais acirrada
dos últimos anos e as disputas para governador, senador, deputados federal e estaduais. Estão cadastrados 115.254.113 eleitores.
O superesquema de apuração
montado pela Justiça Eleitoral poderá ser insuficiente para permitir
que o resultado da votação à Presidência seja conhecido antes da
meia-noite, apesar de previsão
otimista do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Nelson Jobim. Há o risco de neste horário
permanecerem as duas principais
dúvidas: se haverá ou não segundo turno e, caso haja, se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai disputá-lo com José Serra (PSDB) ou com
Anthony Garotinho (PSB).
Ontem à noite, em cadeia nacional de rádio e TV, Nelson Jobim
convocou a população a participar da eleição: "Ninguém pode
impor o seu voto, ninguém pode
coagi-lo a votar em qualquer pessoa, que não sejam as pessoas de
sua predileção e de sua escolha".
A expectativa do TSE é que 90%
dos votos estejam apurados até a
meia-noite e que todos tenham sido contabilizados e divulgados
até as 18h de amanhã. Jobim espera que o resultado seja proclamado até quarta-feira. Nesse caso, o
horário gratuito do eventual segundo turno começaria na sexta.
Pode haver incerteza sobre o resultado com a apuração parcial,
porque as pesquisas indicam as
possibilidades de Lula ser eleito
no primeiro turno com pequena
margem de diferença em relação
aos concorrentes e de Serra e Garotinho terem votações próximas.
A votação será das 8h às 17h. O
TSE recomenda a ida à seção logo
no início do dia para escapar de fila. O eleitor de Estado de São Paulo, onde 36% das seções têm mais
de 500 votantes, estaria mais exposto à espera. Outra recomendação do TSE contra a demora é que
todos levem a "cola", anotação
com os números dos candidatos.
O eleitor terá que digitar 19 números e seis vezes a tecla "confirma" para registrar a escolha para
deputados federal e estadual, dois
senadores, governador e presidente. O tempo médio do eleitor
na cabine de votação está estimado em 1 minuto e 15 segundos.
O TSE aposta na experiência adquirida. A urna eletrônica estreou
em 1996 e, pela segunda vez, será
utilizada por todo o eleitorado do
país. Após as 17h ou o momento
em que o último eleitor de cada
seção terminar de votar, o mesário encerrará a votação e imprimirá cinco vias do boletim de urna,
com o resultado da votação. Depois poderá imprimir outras cinco vias para fiscais de partidos.
Em seguida os dados arquivados na urna serão criptografados
(embaralhados) e gravados em
um disquete, que o presidente da
seção, um funcionário da Justiça
Eleitoral ou dos Correios levará a
um dos 3.500 pontos de transmissão dos resultados. Nesses locais,
que são em geral cartórios ou zonas eleitorais, os disquetes serão
recebidos e enviados para o Tribunal Regional Eleitoral do Estado, que transmitirá as informações nele contidas para o TSE.
A transmissão de dados será feita por linha telefônica ou satélites,
mas o secretário de Informática
do TSE, Paulo Camarão, disse que
não há nenhum risco de ação de
hackers ou fraude porque o sistema funcionaria em rede fechada.
Estão previstos 710 pontos de
transmissão por satélite, sendo
378 por meio de antenas fixas, 282
por telefones móveis e 50 por aparelhos Nera, um modelo mais antigo, instalados em barcos. O tribunal informou ter desembolsado R$ 316 milhões nas eleições.
Texto Anterior: ELEIÇÕES 2002/PRESIDENTE Empate técnico entre Serra e Garotinho e a chance de Lula vencer no primeiro turno Próximo Texto: Cresce número de votantes no exterior Índice
|