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RIO DE JANEIRO
Pesquisa feita ontem e anteontem indica que ela tem 53% das intenções de votos válidos
Rosinha pode ganhar no primeiro turno
RAFAEL CARIELLO
DA SUCURSAL DO RIO
Pesquisa Datafolha indica que
Rosinha Matheus (PSB) tem percentual de intenções de votos suficiente para vencer a eleição já hoje, no primeiro turno.
A pesquisa foi realizada ontem e
anteontem e ouviu 2.106 pessoas.
Pelo levantamento, ela chegou a
53% dos votos válidos -a margem de erro é de dois pontos percentuais. Para ser declarada vitoriosa no primeiro turno, é necessário que a candidata tenha mais
de 50% dos votos válidos.
A governadora Benedita da Silva (PT) é a segunda colocada na
pesquisa, com 19% dos votos válidos. Vêm a seguir Jorge Roberto
Silveira (PDT), com 15%, e Solange Amaral (PFL), com 11%.
Integrantes das equipes de campanha de Benedita e de Jorge Roberto admitem erros e hesitações
nas estratégias das campanhas.
Isso teria contribuído, acreditam, para que Rosinha aparecesse
hoje com tamanha vantagem.
Orlando Guilhon, coordenador
da campanha de Benedita, diz que
"os erros foram poucos", mas admite que o PT passou grande parte da campanha hesitando entre
atacar ou não Rosinha e seu marido, o ex- governador Garotinho.
"Tínhamos algumas indefinições em relação ao limite do que
bater na Rosinha e no Garotinho.
Fizemos algumas denúncias importantes, como a situação do
rombo financeiro [supostamente
deixado por Garotinho". Mas
procuramos não ser excessivamente agressivos", diz. "Essa foi a
nossa maior dificuldade: como
caminhar nesse meio termo."
Essa hesitação, diz Guilhon, teria colaborado para o crescimento da candidata do PSB. "Talvez a
gente não tenha sido suficientemente competente para esvaziar a
candidatura da Rosinha, que cresceu excessivamente. Depois, para
"desinchar", foi mais complicado."
Guilhon diz que Rosinha, em
grande parte da campanha, "não
teve oposição consistente". "Mesmo nós do PT, como tínhamos
participado da primeira etapa do
governo Garotinho, tivemos dificuldade de nos diferenciar do
projeto Rosinha-Garotinho", afirma o coordenador de Benedita.
Assessores de Jorge Roberto,
que preferiram não ser identificados, dizem que o próprio candidato interferiu de maneira errada
na campanha, mudando frequentemente a estratégia da candidatura e a linha dos programas no
horário eleitoral. Em setembro, a
três semanas do primeiro turno, a
equipe que realizava a propaganda de TV foi substituída.
A principal crítica é de que o
candidato não foi capaz de apresentar um projeto para o Estado.
Preferiu em seus programas falar
das três gestões na Prefeitura de
Niterói e tratar de questões sem
relação direta com a campanha,
como a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio, em 2007.
"Jorge Roberto é o contrário da
Rosinha. Ela está muito menos
preparada que ele para ser governadora, mas muito melhor preparada para fazer campanha", diz
um coordenador do candidato.
A campanha bem sucedida de
Rosinha, segundo os assessores
de Benedita e Jorge Roberto, se
deveria também aos programas
sociais realizados por ela à frente
da Secretaria de Ação Social do
governo de Garotinho e à sua boa
capacidade de comunicação.
"Os programas sociais de Garotinho pegaram muito bem na população de baixa renda. Têm cunho assistencialista, populista,
mas, na situação de miséria que
vive nosso povo, fazer restaurante
a R$ 1, por exemplo, acaba contagiando um setor expressivo da
população", diz Guilhon.
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