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MEMÓRIA
Corpos de José Carlos Martinez e mais três pessoas ainda não haviam sido resgatados até o final da tarde de ontem
Acidente aéreo mata o presidente do PTB
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A localização por radares dos
destroços de um avião monomotor no litoral do Paraná confirmou, por volta das 12h de ontem,
a morte do presidente nacional do
PTB, deputado federal José Carlos
Martinez, 55. Apesar de não conseguir resgatar os corpos até o final da tarde de ontem, a equipe de
buscas da FAB (Força Aérea Brasileira) considerava impossível
haver sobreviventes.
Segundo soldados do Corpo de
Bombeiros, o impacto contra o
solo soterrou o avião, deixando à
mostra apenas a parte traseira.
Estavam no vôo, além de Martinez, o piloto da aeronave, Cláudio
Luiz da Luz, e os empresários
amigos do político João Luiz Goebel e André Surugi.
Segundo informação oficial, o
avião sumiu dos radares de controle do tráfego aéreo 17 minutos
após decolar do aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, às 9h30 de
anteontem. O destino seria o aeroporto de Navegantes (SC).
A assessoria do deputado informou que ele e os amigos viajaram
para pescar na baía de Piçarras
(SC), onde a família do político
mantém uma casa de veraneio.
O avião caiu na região do morro
do Parati, entre dois picos da serra
do Mar, em Guaratuba (PR). Uma
equipe do Corpo de Bombeiros
da cidade, que fazia buscas de helicóptero, conseguiu a localização
visual da aeronave por volta das
13h40 de ontem, segundo o tenente Ícaro Gabriel Greinert.
A FAB assumiu a exclusividade
do resgate cerca de uma hora depois, mas o tempo não ajudou e os
dois helicópteros da Força encontraram dificuldades para chegar
ao local da queda. A área é cheia
de acidentes geográficos e uma
neblina espessa cobriu a serra do
Mar o dia todo. Os corpos devem
ser resgatados apenas hoje.
Site do DAC (Departamento de
Aviação Civil) informava até ontem que o monomotor prefixo
PT-OTR, fabricado pela Maule
Aerospace, em que viajava Martinez, constava como irregular. Segundo o site, a aeronave estava
com o Certificado de Aeronavegabilidade suspenso pelo fato de a
inspeção anual estar vencida desde 5 de junho deste ano, e "por ter
o seguro aeronáutico irregular".
Mas o órgão informou ontem
que a aeronave estava regularizada. Segundo a assessoria de imprensa do DAC, o seguro aeronáutico e a IAM (Inspeção Anual
de Manutenção) da aeronave foram pagos no mês passado. O seguro no dia 11. Já o IAM, no dia 22.
""Houve uma demora na atualização do sistema, mas a aeronave
tinha condições de vôo. Além disso, sempre alertamos que os dados estão sujeitos à confirmação
com o DAC", disse a assessora de
imprensa Elizabeth Vieira.
Em Brasília, ontem, antes da
confirmação da morte de Martinez, o ministro José Viegas (Defesa) criticou o fato de o avião não
ter plano de vôo. "Que isso sirva
de exemplo para que ninguém cometa os erros tão frequentemente
cometidos pelos pilotos particulares, de sair aventureiramente pelo
espaço, sem plano de vôo e sem
nenhuma coordenação."
O ministro estava na abertura
de uma exposição em homenagem a Santos Dumont, no Palácio
do Planalto. O porta-voz do Comando da Aeronáutica, tenente-coronel Paulo Sérgio Mebs, disse
que o prazo para concluir a apuração do acidente é de 90 dias.
O secretário-geral do PTB, deputado Luiz Antônio Fleury Filho
(SP), disse à Agência Folha que
Martinez tinha comprado o avião
há pouco tempo. O corpo do deputado deve ser velado na Assembléia Legislativa do Paraná.
Colaboraram a Sucursal de Brasília e a
Sucursal do Rio
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