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RIO DE JANEIRO
Ex-governador diz que sai porque faltaram só 2 pontos para petista ganhar; pedetista, que ficou em 3º, disputará novo pleito
Moreira Franco desiste do 2º turno em Niterói
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-governador Wellington
Moreira Franco (PMDB), 59,
anunciou ontem sua desistência
de disputar o segundo turno da
eleição para a Prefeitura de Niterói (cidade a 15 km do Rio). Ele
concorria pelo PMDB. Seu adversário seria o prefeito Godofredo
Pinto (PT), que agora enfrentará
o pedetista João Sampaio.
A desistência de Moreira Franco surpreendeu a política fluminense. Ele estava em campanha
aberta desde a eleição de 2000.
Nestes quatro anos, Moreira
Franco espalhou pelo município
outdoors e cartazes e apareceu na
TV enaltecendo suas realizações
quando foi prefeito de Niterói, de
1977 a 1982.
No primeiro turno, o candidato
do PT teve 47,97% dos votos, contra 22,48% de Moreira Franco e
14,42% de Sampaio, prefeito de
Niterói de 1993 a 1996 e que tem o
apoio do também ex-prefeito Jorge Roberto Silveira, maior cacique
político da cidade.
Moreira Franco creditou a desistência ao "resultado das urnas", que, segundo ele, mostrou
que a população de Niterói "está
satisfeita com o governo que está
aí [o de Godofredo Pinto]". O documento em que anunciou a desistência foi protocolado na 199ª
zona eleitoral, em Niterói.
Segundo Moreira Franco, a decisão foi maturada em conversas
com líderes do PMDB no Estado,
entre eles o senador Sérgio Cabral
Filho. O ex-candidato disse que as
conversas abordaram apenas o
panorama eleitoral e as possibilidades do PMDB nas disputas do
segundo turno em Niterói, Nova
Iguaçu, Campos, São João de Meriti e Duque de Caxias (cidades do
Estado onde o prefeito só será conhecido no final do mês).
Moreira Franco negou que a desistência faça parte de uma manobra orquestrada pelo ex-governador Anthony Garotinho, presidente estadual do PMDB, para
que Godofredo seja derrotado.
De acordo com essa análise,
com o apoio do PMDB, Sampaio
teria mais chances contra o petista, dono de um índice alto de rejeição. Especula-se a ida do grupo
político de Garotinho para o PDT
ainda neste ano, onde ele teria espaço para concorrer à Presidência
da República. Seria, então, importante para ele derrotar o PT e eleger um pedetista na segunda mais
importante do Estado.
Segundo Moreira Franco, Garotinho e sua mulher, a governadora Rosinha Matheus, só souberam
da desistência após ter sido anunciada em entrevista. "Eles ficaram
surpresos", disse.
Garotinho esteve à tarde reunido com Sampaio e Silveira. O
acordo deverá ser formalizado
hoje em reuniões entre as cúpulas
dos diretórios estaduais do PDT e
do PMDB. "O apoio dele veio a
mim. Não vejo incoerência. O
PFL apóia o PT em Niterói e Nova
Iguaçu. São questões locais", disse
Sampaio à noite. "Não só aceito a
presença do Garotinho e da governadora como de qualquer um
que queira participar da campanha", afirmou o pedetista.
Godofredo Pinto disse não ter
condições de avaliar o que há por
trás da desistência, mas que considera que "do casal Garotinho se
pode esperar tudo". Disse não fazer o mesmo juízo de Sampaio.
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