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Rosário confirma vantagem e vai ao 2º turno com Fogaça
Petista supera a candidata do PC do B, Manuela D'Ávila; atual prefeito do PMDB obteve 44% dos votos válidos
Maria do Rosário tem 23% e Manuela, 15%; ministra Dilma Rousseff evita falar sobre a presença de Lula
na campanha do 2º turno
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
Maria do Rosário (PT) superou Manuela D'Ávila (PC do B)
e disputará o segundo turno da
eleição para prefeito de Porto
Alegre contra o postulante à
reeleição, José Fogaça
(PMDB). O prefeito obteve
346.427 votos (43,85% dos votos válidos).
Rosário recebeu 179.587
(22,73%), Manuela, 121.232
(15,35%), Luciana Genro,
72.863 (PSOL, 9,22%), Onyx
Lorenzoni, 38.803 (DEM,
4,91%) e Nelson Marchezan
Junior, 22.365 (PSDB, 2,83%).
É o pior desempenho do PT
desde a eleição de Olívio Dutra
em 1988. Daquele ano em diante o partido superou a casa dos
30%. Após 16 anos no poder,
perdeu o pleito de 2004.
Em um café-da-manhã de
petistas, mesmo antes da abertura das urnas, os ministros
Tarso Genro (Justiça) e Dilma
Rousseff (Casa Civil) divergiram sobre a presença de Lula
(PT) na campanha do segundo
turno -o presidente não participou no primeiro.
Tarso apelou a Lula para subir no palanque de Rosário. Dilma irritou-se com perguntas a
respeito e afirmou que a condição de ministra impõe silêncio.
O direito de pedir
"Vou pleitear que ele venha",
disse o ministro, repetindo o
que faz há dias. "Qualquer decisão que ele tomar nós vamos
respeitar. Quem representa o
projeto do presidente Lula é a
Maria do Rosário. [...] Fogaça
foi apoiador do Alckmin [em
2006]. Vou solicitar ao presidente, a gente tem o direito de
pedir, de tentar convencer."
Dilma disse não saber se Lula
irá à capital gaúcha. "Eu respondo por mim. Virei fazer
campanha como fiz até agora.
[...] Não vou me manifestar sobre o presidente Lula. Não fiz
isso antes em nenhuma cidade,
não tenho por que fazer aqui."
Uma repórter comentou que
Tarso defende a entrada de Lula na campanha. Dilma reagiu:
"Sugiro que você faça uma entrevista com ele, minha filha,
porque eu não vou falar sobre o
que outra pessoa disse".
Acrescentou: "Não manifesto a minha opinião a respeito
do que o presidente deve ou
não deve fazer, até porque eu
sou ministra dele e me coloco
numa posição de respeito a ele
nas suas decisões. Eu acato as
decisões. Jamais você vai me
ver falando, nessa e em outras
questões, sobre o que o presidente deve ou não deve fazer. O
que eu acho que ele deva ou não
fazer eu só falo para ele".
Campanha municipal
A ministra não associou à
eleição de 2010, quando Lula
pretende fazê-la sua sucessora,
o desempenho do PT e das siglas aliadas. "Nós estamos fazendo no Brasil uma campanha
estritamente municipal. O resto é ilação."
Como Tarso, o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) defendeu em
público Lula na campanha. O
ex-ministro Olívio Dutra (Cidades) seguiu Dilma e disse que
não se pode criar "constrangimento" ou "saia-justa" para
Lula. "Não acho indispensável
o presidente estar em todos os
palanques no segundo turno."
Olívio qualificou o presidente como "estadista", mesmo adjetivo que o prefeito Fogaça
voltou a empregar ontem para
se opor a Lula na campanha. O
PMDB de Fogaça integra a base
do governo federal, mas no Estado sua tradição é de oposição
ao petismo.
O senador Pedro Simon
(PMDB-RS) criticou a exposição política da ministra. "É capaz de hoje, em tese, a Dilma
ter mais simpatizantes dentro
do PMDB do que no PT. Acho
até que ela deveria se resguardar um pouco." Para Simon, a
intervenção de Lula "é uma coisa muito delicada".
Fogaça sintetizou a campanha: "Nós tivemos oito candidatos nesta eleição. Sete deles
só o que fizeram foi criticar o
governo. O que aconteceu o
tempo todo foi o governo crescer nas pesquisas".
Pesquisa Datafolha fechada
anteontem indicava vantagem
de 17 pontos percentuais de Fogaça sobre Rosário no segundo
turno (52% a 35%). À noite, Luciana Genro disse que o PSOL
não vai recomendar voto em
nenhum candidato.
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