São Paulo, terça-feira, 06 de outubro de 2009

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Dilma e Serra tentam capitalizar Rio-2016

Pré-candidata petista compara programa habitacional do governo federal à escolha da capital fluminense para sediar Olimpíada

Tucano diz que São Paulo "está aberto a colaborar", inclusive com benefícios fiscais para investimentos ou capacitação de atletas


JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA (PR)
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Potenciais adversários na corrida presidencial, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador José Serra (PSDB-SP) tentaram ontem tirar dividendos eleitorais da escolha do Rio como cidade-sede da Olimpíada de 2016. A 532 km de distância -ela, em Londrina, e ele, em Poá (SP)- os dois exaltaram a importância da Olimpíada para o país.
Dilma comparou o programa de habitação Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, à indicação do Rio. Segundo ela, a escolha da cidade "é uma vitória de cada um de nós, brasileiros". "Estamos defendendo a mesma causa, que é a emancipação do povo brasileiro."
Afirmando que "a Olimpíada é uma grande oportunidade", Serra disse que o Estado "está aberto a colaborar", inclusive com benefícios fiscais para investimentos ou a capacitação de atletas. "Estamos também disponíveis para abrigar as partidas de futebol em 2016", disse o tucano. "A gente tem que fazer um esforço grande para que saia bem. Tenho certeza que vamos conseguir", disse.
Questionado sobre o temor de priorização da Olimpíada em detrimento de outros investimentos, Serra afirmou que esse "risco tem que ser minimizado". Essa, disse, é uma "questão do governo federal, do governo estadual e da Prefeitura do Rio". "Tem que pegar nossos melhores urbanistas, do Brasil e do exterior, para fazer uma coisa caprichada, para que esse investimento, depois da Olimpíada, continue frutificando, sem megalomania, sem superfaturamento. Não estou acusando nada do passado. Estou olhando para o futuro."
Em Londrina para a assinatura de contrato de R$ 92 milhões para o Minha Casa, Minha Vida -destinado a 2.156 famílias-, Dilma afirmou que o programa é uma vitória "contra as pessoas contrárias a dar subsídio para a construção de casas para essa faixa de renda".
Ao lado de Dilma, estavam os ministros Paulo Bernardo (Planejamento), Márcio Fortes (Cidades) e José Gomes Temporão (Saúde), além de dois possíveis candidatos ao governo do Paraná, o vice-governador Orlando Pessutti (PMDB) e o senador Osmar Dias (PDT).
A ministra negou que faça campanha ao lançar obras. "É só fazer um raciocínio: temos eleições a cada dois anos. Tudo o que o governo fizer é campanha." Ela minimizou a sugestão do TCU de suspender 15 obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) por indícios de irregularidades. "O PAC tem 2.300 obras. O próprio TCU reconheceu várias vezes que as obras do PAC têm menos problemas que outras."


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