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TRANSIÇÃO
PT divulga mais dez coordenadores da equipe de transição, todos ex ou atuais colaboradores de administrações petistas
Palocci monta equipe com nomes "locais"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT definiu ontem mais dez
nomes para a equipe de transição
de governo, que será dividida em
cinco grupos temáticos e produzirá em 30 dias um diagnóstico sobre a situação do Executivo federal a ser entregue ao presidente
eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Com dificuldades para encontrar técnicos dispostos a compor a
equipe, o PT recorreu a nomes
que fazem ou fizeram parte de
prefeituras e governos estaduais
administrados pelo partido.
Ao todo, estão definidos 17 dos
20 "coordenadores" da equipe. Haverá ainda mais 30 "assessores", segundo
a nomenclatura petista, a serem
escolhidos nos próximos dias.
Pelo cronograma de trabalho,
anunciado pelo coordenador da
transição por parte do PT, Antônio Palocci Filho, os 50 nomes se
dividirão em grupos sobre questões de Estado (defesa, segurança,
justiça e Presidência), economia
em geral, educação, saúde e empresas e bancos estatais.
Segundo Palocci, o que se buscará nos próximos dias é um
"diagnóstico" da situação do governo, a fim de orientar as primeiras medidas do governo Lula. Um
relatório deverá estar pronto nos
primeiros dias de dezembro.
Foi definido ainda que Lula despachará com a equipe no prédio
do Banco do Brasil cedido pelo
governo Fernando Henrique Cardoso para os trabalhos de transição. Oferecida por FHC, a Granja
do Torto, residência oficial do ex-presidente João Baptista Figueiredo (79-85), poderá ser usada por
Lula para pernoites. Palocci disse
que Lula decidirá se, após a posse,
usará a Granja do Torto como residência oficial.
Em seu primeiro dia de trabalho
em Brasília, Palocci se encontrou
com o presidente da Petrobras,
Francisco Gros, representantes
do BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) e do Banco
Mundial e o presidente nacional
do PT, José Dirceu. Hoje, receberá
Lula e Dirceu.
Alguns pontos de atrito com a
gestão FHC foram explicitados
por Palocci e Dirceu. É o caso da
venda de ações do Banco do Brasil, cuja oferta foi iniciada ontem
pelo governo, a privatização de
quatro bancos estaduais até o final do ano e a definição do Orçamento de 2003 -que, sinaliza o
PT, poderá ser alterado após a
posse de Lula.
"Fazer uma transição a quatro
mãos não é concordar com todas
as políticas em curso", disse Dirceu. Segundo Palocci, o PT quer
ser informado das ações com consequências a longo prazo.
Outra preocupação, diz Palocci,
é o preço dos medicamentos, controlado por uma medida provisória que expira no final de dezembro. A indústria farmacêutica
pressiona por um reajuste que
compense a disparada do dólar.
Parente
O ministro-chefe da Casa Civil,
Pedro Parente, que coordena a
equipe de transição do governo,
afirmou que, se questionado pela
equipe petista, qualquer integrante da administração FHC desaconselhará a renegociação das dívidas estaduais. "O governo eleito
deve saber que qualquer esforço
fiscal que os Estados não queiram
fazer sobrará para a União", disse
durante palestra em São Paulo.
O ministro afirmou ainda que a
venda de ações do Banco do Brasil
não será suspensa ou adiada. Disse que, anteontem à noite, conversou com Palocci, e que não
houve "estremecimento" na relação. "A decisão foi tomada porque assumimos o tema como responsabilidade do atual governo".
(GUSTAVO PATÚ)
Colaborou LIEGE ALBUQUERQUE, da
Reportagem Local
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